Nosso Moro não é Sérgio.  É Fabiano.

Nem é juiz. Mas sim um ajuizado delegado de polícia. Da PF.

Fabiano Emídio de Lucena Martins.

Se nunca ouviu falar dele, não é sem razão:

Nosso Moro é discreto.

Dirige o próprio carro, fala quase nada com a imprensa, anda sem escolta policial.

Mas de seu gabinete saíram as maiores operações policiais da Paraíba dos últimos anos – atingindo gente graúda, que costumava aparecer nas colunas sociais e nunca no noticiário policial.

Fabiano, nosso Moro discreto e com muito mais juízo do que aquele que tirou a toga e vestiu a farda de Bolsonaro, comandou, por exemplo, a operação Pão e Circo – aquela que mandou prefeitos e seus comparsas pro xadrez, depois que as investigações do delegado revelaram esquema de desvio de recursos públicos supostamente usados na contratação de shows artísticos.

Fabiano também era o cérebro por traz da Sete Chaves, a operação que desbaratou o tráfico de turmalina Paraíba.

E segue sendo o juízo que tece a teia da operação Xeque-mate, que trouxe à público um dos maiores esquemas de corrupção do Estado, montado bem ali em Cabedelo por Leto Viana e asseclas.

Como ele segue tão anônimo em meio a operações tão ruidosas?

As operações apareceram; ele não.

Porque nosso Moro é, realmente, muito mais discreto. Não faz questão dos holofotes.

Mas talvez – apenas talvez – seja a hora de nosso Moro ser mais visto.

E mais ouvido.

Certamente tem o que contribuir com o debate sobre a crise em curso na segurança pública.

E – quem sabe? – pode saber o que deve ser feito.

Deixando Cláudio, enfim, descansar em paz.