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O todo feio

21 de junho de 2018

Kidute Maximiano, ou Kidute de Né Maciano, tinha fama de homem feio. Baixinho, gordinho, cara de bacurim, sem pescoço, barriga proeminente, uma baba constante a correr pelo canto da boca, fazia ponto no jogo da Rua do Ferreiro, numa manhã de sábado, em Princesa, quando avistou aquele galego bem vestido, carregando uma bolsa de executivo – naquele tempo se chamava bolsa de viajante – se dirigindo para ele.

O tal galego tinha umas contas para acertar com Tomé da Lagoa da Cruz.

Como não conhecia Tomé, o orientaram a identificá-lo entre os mais feios que avistasse de Princesa até Lagoa da Cruz. Ao ver Kidute, o tal viajante não teve dúvidas. Caminhou na sua direção e o saudou festivamente:

– Como vai, Seu Tomé!?

Kidute se benzeu e, dando às costas ao desconhecido, avisou:

– Ele é mais feio do que eu.

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