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OUTROS CARNAVAIS

11 de fevereiro de 2018

RAMALHO LEITE                     

Para quem não sabe fui eu que inventei essa história de arquibancada nos carnavais de João Pessoa. A primeira delas foi armada na Lagoa do Parque Solon de Lucena e vítima de atropelamento. Um jeep transformado em carro alegórico prendeu o acelerador e se jogou contra o povo. Terminei o dia no Pronto Socorro que ficava a poucos passos do local do acidente, socorrendo os feridos. O prefeito era Dorgival Terceiro Neto entusiasta da ideia que contou com a participação decisiva do querido Barbosinha-jornalista Sebastião Barbosa e do imortal Cabral Batista eterno presidente da Federação Carnavalesca, além do radialista Cardivando de Oliveira.

O carnaval começava com o Festival de Músicas Carnavalescas também iniciativa da nossa equipe e que revelou muitos astros da música tendo em Livardo Alves um dos melhores participantes. Na apresentação das músicas concorrentes o acompanhamento era dos músicos da PM incorporados à Banda 5 de Agosto.A orquestra do Maestro Vilô e a presença de Claudionor Germano muso do frevo pernambucano eram destaques do encerramento do festival.

Na etapa seguinte a eleição do Rei e da Rainha do Carnaval. Eleitos, suas majestades recebiam a chave  da cidade e reinavam durante o tríduo momesco. Participava todos os anos da  comitiva real. Éramos bem recebidos em todas as agremiações: Cabo Branco, Astreia, Internacional de Cruz das Armas, Esquadrilha V ( alguém se lembra?), Clube dos Oficiais e até o Jangada Clube. A diretoria desse sodalício ( que nome ) certa feita quis impedir a entrada da comitiva real em virtude da participação de uma casal que não era casado legalmente. Comuniquei a Zé Américo Filho que nós voltaríamos da portaria. Ou entrávamos tod os ou nenhum. Entramos todos.

No Cabo Branco um moleque boa pinta(sem trocadilho) misturou por baixo da mesa a cerveja do Rei Momo. De longe vi o despropósito e corri para impedi-lo de beber a loura contaminada. Foi tarde, o gordo era louco por uma cervejinha e despejou o líquido de goela abaixo sem notar que a cerveja estava muito mais amarga e salgada.

Durante o dia um carro especial fazia o corso conduzindo o Rei e a Rainha com o nosso Barbosinha como pajem. A partir do meio dia a festa era na AABB, tradicional baile que reunia a juventude e os mais velhos que resistiam mesmo depois da noitada do Cabo Branco ou do Astréia.

O major Ciraulo, que inventou o Trio Elétrico, (  não foi Dodô e Osmar na Bahia) ainda botava na rua o seu famoso bloco motorizado e Willys Leal, à época um elétrico participante do corso, ainda hoje tenta reconstituir essa  romântica história dos nossos carnavais. Por que eu estava incorporado ao espírito de Momo ? Esqueci de dizer: à época eu era secretário da Prefeitura de João Pessoa.

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1 Comentário

  • Reply Nadja Salles 11 de fevereiro de 2018 at 21:43

    Primo amigo , vc tem ima memoria invejável me transportei para aqueles carnavais que do corso tinha uma parada obrigatória na saudosa Bambu regada a cuba libre. Comecava no final da manha na AABB e a noite no Cabo Branco. Papai ficava revoltado com o exagero da maratona kkk

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