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     Quando eu chegar no céu.

8 de abril de 2018

   Marcos Pires

Não tenho a menor dúvida de que irei para o céu quando não tiver mais como me divertir aqui. Por isso fico perguntando aos amigos como é que eles imaginam que seja o céu. Para M., um gordo exponencial, o céu é um lugar mágico, onde os gordos podem comer tudo o que quiserem, inclusive muitas sobremesas, aí incluídos o pudim com furinhos, tortas de limão e chocolate e muito sorvete, sem que engordem uma grama. Ao contrário, quanto mais comerem, mais os gordos emagrecerão.

Já o B. é um amigo que gosta de, como direi…, comentar sobre a vida alheia. Há quem o chame de fofoqueiro, alguns até de fuxiqueiro, que seria a sublimação dos fofoqueiros. Pois bom; o B. acha que no céu não haverá necessidade de escarafunchar a vida alheia, porque é só acessar o computador divino que lá estarão registrados todos os malfeitos dos humanos que sejam dignos de uma boa fofoca. Só que no céu não há pecado nem maldade, e no meu entender celestial as fofocas estariam entre os dois. Por isso perguntei a ele de que adiantaria saber dessas histórias cabeludas se não teria com quem fofocar. “- Deixa de ser besta, Marcão; vez por outra deve ser aberta uma janelinha para o inferno e nessas horas eu conto tudinho  aos amigos daqui que foram ser diabos lá”.

O amigo Z. é sabido. Ele imagina que no céu terá vantagem em tudo; assim tipo comprar uma dúzia de laranjas e receber uma grosa. Para Z. os bancos do céu errarão sempre em favor dos clientes quando fizerem os lançamentos em suas contas correntes e as operadoras de cartões de credito esquecerão de mandar as faturas para cobrar dos usuários.

Já minha amiga C. é daquelas pessoas que reclamam de tudo e de todos. Aliás, eu estou convencido que ela, bem no íntimo, adora ser mal atendida ou ter um prejuízo, só para poder reclamar. Ela disse que imagina o céu com um enorme balcão de reclamações para atender aos anjos. Sem filas e com muitas secretárias, ar condicionado, cafezinho e água gelada.  Nada de reclamações por telefone, porque isso de passar horas pendurada no celular com uma atendente invisível (e sempre cair a ligação) já é o inferno aqui na terra.

Eu só achei estranho essa coisa de fazer reclamações no céu. Se é o céu, reclamar do que? A amiga abespinhou-se. “- Oxente, se lá não tiver do que reclamar prefiro mil vezes ir para o inferno”.

Que cousa!

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1 Comentário

  • Reply Angela 8 de abril de 2018 at 12:35

    Com todo o respeito, eu pergunto: em um momento tão dramático para o país. será hora de falar dos “brioches da Maria
    Antonieta?” Peço desculpas se estou sendo descortês.

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