Política

Bolsonaro diz que deve sua eleição ao filho e que ele, o filho, merecia ser ministro

8 de abril de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu a participação do filho Carlos Bolsonaro na operação de suas redes sociais, disse que ele foi responsável por sua eleição e deveria até ter um cargo de ministro em seu governo.

“Ah, o pitbull? Tá atrapalhando o quê? Não me atrapalhou em nada. Acho até que devia ter um cargo de ministro. Ele que me botou aqui. Foi realmente a mídia dele que me botou aqui. E ele não tá pleiteando cargo de ministro. Poderia botá-lo, mas não tá pleiteando isso aí”, disse Bolsonaro nesta segunda (8) em entrevista à rádio Jovem Pan.

“Twitter, Facebook e Instagram não tomam nem 30 minutos do dia. Quem realmente me ajuda nessa coordenação é o Carlos Bolsonaro. Por isso muita gente quer afastá-lo de mim”, afirmou.

Carlos Bolsonaro e Jair Bolsonaro gravam vídeo para redes sociais às vésperas da disputa eleitoral no 1º turno
Carlos Bolsonaro e Jair Bolsonaro gravam vídeo para redes sociais às vésperas da disputa eleitoral no 1º turno – Arquivo Pessoal/Reprodução/Instagram

Muito próximo ao pai, Carlos Bolsonaro é vereador no Rio de Janeiro pelo PSC e foi responsável pela estratégia de comunicação nas redes durante a campanha eleitoral. ​No período de transição, Bolsonaro chegou a cogitar a recriação da Secretaria de Comunicação Social e a nomeação do vereador para chefiá-la.

Diante de críticas, Bolsonaro desistiu da ideia e manteve a Secom subordinada à Secretaria-Geral da Presidência –que começou tendo como titular Gustavo Bebianno, desafeto de Carlos e que acabou demitido depois do escândalo revelado pela Folha de candidaturas laranjas do PSL, partido que ele presidia em 2018.

Na época em que seu nome foi cogitado como ministro, Carlos reagiu dizendo que estava se afastando da gestão das redes sociais do pai para retomar a atividade como vereador no Rio. E disparou contra a imprensa.

“Já falei que não aceitarei ministério ou secretaria com status de, mesmo que tal situação seja permitida por lei. Repito novamente e novamente…Sigo meu trabalho sem problema algum no Rio. O resto das especulações é desconhecimento ou mau caratismo mesmo. Fim da história!”, escreveu.

O afastamento, contudo, durou pouco, e Carlos voltou a ter participação ativa nas redes sociais do pai, ajudando na estratégia de comunicação sobre a reforma da Previdência.

Em fevereiro, em meio ao caso dos laranjas do PSL, Carlos Bolsonaro afirmou que Bebianno mentiu quando disse que tinha falado com Jair —o ataque foi endossado pelo próprio presidente, que demitiu o ministro dias depois.

Em café com jornalistas na última sexta (5), Bolsonaro afirmou que não era o único a ter a senha e publicar em sua conta oficial nas redes sociais, mas não citou nomes.

“No meu Twitter, é responsabilidade minha. Quem tem minha senha tem minha confiança. Não sou eu que posto (algumas vezes), mas dou o aval.”

Questionado sobre uma possível candidatura à reeleição em 2022, Bolsonaro disse que sofre “uma grande pressão para se candidatar” caso esteja bem. Mas reforçou as críticas feitas na campanha e disse apoiar uma reforma política sem reeleição e reduzindo o tamanho das casas legislativas.

“A reeleição causou uma desgraça no Brasil. Muitos [prefeitos, governadores e até presidente] se endividam, fazem barbaridades, dão cambalhotas, fazem acordo com quem não interessa para conseguir apoio político. Então a reeleição é péssima no Brasil. Se nessa proposta de reforma política, para diminuir o tamanho das casas legislativas no Brasil, custar uma possível reeleição na proposta, eu topo assinar isso aí”.

Bolsonaro também ironizou a repercussão da declaração que ele próprio fez durante discurso a servidores na última sexta, quando afirmou que não tinha nascido para ser presidente.

“[De] Quem nasceu, disse que estava preparado [para ser presidente], um está preso, outro está ensacando vento e outro está com vários processos em cima de si (sic.)”, se referindo aos ex-presidentes Lula (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), respectivamente. “Acho que transmite humildade à população, não é fácil sentar nessa cadeira aqui”, completou.

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4 Comentários

  • Reply Cavalcanti 9 de abril de 2019 at 09:19

    Estamos nas mãos desse povo. Que Deus proteja nosso país.

  • Reply Cavalcanti 9 de abril de 2019 at 09:19

    Estamos nas mãos desse povo. Que Deus proteja nosso país.

  • Reply Edmundo dos Santos Costa 9 de abril de 2019 at 10:43

    SE O ELEMENTO É UM PITIBUL, ESTAMOS SENDO GONVERNADOS POR UMA CANINOCRACIA. UMA MATILHOCRACIA. OU, NO DIZER COMUM, GOVERNO DA CACHORRADA. DE QUALQUER FORMA, VALE DIZER, HÁ UMA PESQUISA INFORMANDO QUE UM CÃO CONSEGUE RECONHECER ATÉ 150 PALAVRAS. NO CASO, POR RAZÕES OBVIAS, O CANINOCRATA MOR, CHEFE DA MATILHA, TEM VOCABULÁRIO MUITO INFERIOR AO NÚMERO APONTADO, DAÍ A RAZÃO DE, SE TEM ALGUMA IDEIA, NÃO SABER EXPRESSÁ-LA. QUEM NÃO SABE SE EXPRESSAR NÃO SE COMUNICA E QUEM NÃO TEM COMO FAZÊ-LO … AÍ JÁ VIU …

  • Reply paulo Thadeu 9 de abril de 2019 at 13:27

    Nomeia logo! kkkkkkkkkkk

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