Com aquele seu jeito de menino leso, conseguia os maiores furos na política. Andava com um gravador enorme debaixo do braço, entrava em gabinetes de deputados, de secretários e de governadores e, mesmo estando acompanhado de outros jornalistas, conseguia sempre filtrar uma informação que os outros não captavam. E o furo acontecia, para espanto dos próprios entrevistados, flagrados de calças curtas pelo competente e vigilante Dorgival Barbosa.
Na vida foi de tudo um pouco: jornalista, radialista, assessor direto do então ministro de Minas e Energia, João Agripino, vendedor de jóias e funcionário público. Foi também candidato a vereador.Mas se destacou mesmo foi como repórter da velha Rádio Arapuan AM. Era o repórter do programa Antena Político, que eu produzia e Antonio Malvino apresentava ao lado de Sílvio Carlos.
A vida, porém, lhe foi ingrata. Terminou seus dias num asilo localizado no Bairro da Torre.
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Conheci-o um pouco, nos idos dos anos 1990. Homem inteligentíssimo. Mostrou-me, uma vez, seu acervo de gravações, o qual guardava em sua casa, no bairro da Torrelândia, onde moravam só ele e Deus. Proseador de 1o linha, lembrava o passado com um misto de saudade e tristeza, narrando, em bom tom o fizera ele da vida como profissional de Imprensa. Sinto muito sua perda. Grande Amigo. Que encontre os nossos Grandes, assim como ele, da Imprensa Paraibana, no imenso Núcleo de Reportagens do Paraiso. Vaya con Dios. Amigo! ??????
Portando um gravador enorme como instrumento de trabalho Dorgival ia saindo do Palacio e eu entrando.Ao avistar-me fez a seguinte reclamacao contra seu chefe, o jornalista Jose Barbosa, secretario de imprensa de Pedro Gondim: – Ze Barbosa me mandou entrevistar Elizabeth Marinheiro.O que eu pergunto a ela? Respondi de pronto: pergunte o que ela acha do Capitao dos Portos. Ela nao é marinheiro? E saí deixando ele esbravejando.Era um grande cara e marcou epoca na radiofonia paraibana