opinião

   Flamengo campeão mundial.

10 de novembro de 2019

Marcos Pires

Meu colega escritor Carlos Eduardo Novaes publicou maravilhosas crônicas em 1981 quando o Flamengo foi campeão mundial. Contava a estória de um grupo de torcedores fanáticos e lisos que não pouparam sacrifícios para assistir aos jogos da Libertadores por toda a América do Sul. A coisa complicou-se quando a final foi marcada para Tóquio, no Japão. Essa viagem foi épica, atravessando o continente em caronas. Uma das cenas fantásticas é a entrada deles na Nicarágua, onde a revolução sandinista havia tomado o poder. Como as cores dos revolucionários eram os mesmos vermelho e preto das camisas (êpa, mantos sagrados) que eles usavam, foram confundidos com um braço brasileiro da revolução, enquanto eles confundiram os guerrilheiros com uma civilização do Flamengo perdida no meio da floresta. Na confraternização lhes perguntaram o que achavam de Sandino, e eles elogiaram muito, pensando tratar-se do lateral Santino, que jogara no clube da Gávea. Para concluir a viagem sequestraram um avião, cujo resgate lhes foi entregue quando pousaram em Tóquio, horas antes do jogo. Receberam em troca da aeronave quatro ingressos, uma cuíca, dois tamborins e muita cerveja.

            O Flamengo derrotou o Liverpool por 3 a zero. Em êxtase um deles disse que queria morrer. Prontamente um japonês lhe emprestou uma espada para que fizesse haraquiri. Dali saíram para a comemoração em todos os bares que encontraram abertos, terminando a farra dia seguinte no apartamento da aeromoça do avião que haviam sequestrado, com quem um deles havia engatado um namoro.

            Mas tinham que voltar, né? Zerados de grana, utilizaram a criatividade brasileira e foram até a sede da fábrica de automóveis que patrocinava o torneio. Apresentaram-se ao presidente da empresa como Junior, Adílio e Nunes. Claro que o japa acreditou. Afinal, para os japoneses nós somos todos iguais. Os “jogadores” propuseram um patrocínio, mas precisavam de grana para comprar linha e agulha e bordar o nome da empresa nas suas camisetas. Com os 30 mil dólares do “patrocínio” no bolso voltaram ao Brasil na primeira classe da Varig.

              Que Deus continue protegendo a abençoada nação rubro-negra.  Vai pra cima deles, Flamengo!

               Homenagem aos meus netos, que impuseram essa tardia paixão num avô acostumado a obedecer aos quatro.

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1 Comentário

  • Reply ABRAHÃO 10 de novembro de 2019 at 09:10

    Texto fraco, sem consistência, sem nenhuma graça !!!!

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