Era um saco comum, de plástico. Dentro dele estavam a tampa do banheiro, as torneiras e os ralos por onde desceria a água do banho. Era um saco de plástico transparente que eu carregava nas costas como se fosse um prêmio da loteria.
Casado de novo, morando de alugado, ganhar uma casa própria era realmente um feito e tanto.
Doutor Hermes Pessoa havia prometido, eu acreditara desacreditando, sempre fui muito cabreiro com os “se me dão”. Tanto que casei sem esperar a casa, não acreditava que ela viesse. Mas veio. Casinha pequena, de dois quartos, uma sala apertada, um banheiro que mal cabia uma pessoa e o terraço pelado que não tinha espaço para uma cadeira de balanço.
Voltamos da lua de mel à lá Princesa sem casa para morar. A primeira noite foi na casa da sogra, que ao raiar do dia seguinte à chegada nos despejou sob o argumento de que “quem casa quer casa”. Apelamos para o aluguel de uma casinha no conjunto periférico, nela moramos alguns meses até que a Cehap convocou para receber a chave da casa própria.
Ali nasceu a primeira filha, a família fincou raízes, saí de lá e deixei o espaço para meus pais, depois meus irmãos, a vida correu, fui pra lá, vim pra cá, os filhos cresceram, casaram, tomaram rumos, vieram os netos, cinco ao todo, e da casinha do Geisel restou apenas a lembrança de um tempo de vacas magras, mas feliz.




1 Comentário
A MINHA PRINCESA LINDA TEVE UMA GRANDE SORTE. Antes de casar, tivemos uma grande benção. Meu padrasto era um patrulheiro rodoviário da família Chaves. Certo dia, Wilson Braga parou no posto da PRF em São José da Mata, aonde o avião do Estado houvera pousado no aeroclube e o governador estava a caminho. Nessa oportunidade, meu padrasto pediu para ele a oportunidade de adquirir uma casa no recém inaugurado conjunto Tarcísio de Miranda Buriti (Mangabeira 1). Pois não foi que sua excelência, dentro do carro, se dirigiu para uma senhora, acho que uma assessora/secretária, ordenou no ato, que ela redigisse uma solicitação para o então presidente da CEHAP. Ela escreveu numa espécie de formulário de memorando e, ao final, o governador Wilson Braga assinou. A secretária colocou num envelope branco e devolveu ao governador que entregou a meu padrasto dizendo. Procure Agripino na CEHAP, entregue isso a ele e diga que eu determinei que ele atenda ao prezado amigo. Dito e feito. Meu padrasto me deu a correspondência,, eu marquei audiência com o presidente da CEHAP e, qual foi a minha surpresa quando ele indagou. Você está com os seus documentos pessoais? Eu então respondi que sim. Ele chamou uma servidora e mandou que encaminhasse as providências para atender aquela ordem do governador e o informasse quando tudo estivesse resolvido. Meu prezado Tião. QUEM PODE, PODE. Num lapso de 15 dias eu estava recebendo as chaves da minha primeira 🏠 no MANGABEIRA 1.
Isso era setembro de 1983. Em janeiro de 1984 casei com Dona Maria Lúcia, fui para desbravar aquela que hoje é uma cidade de economia pujante. Mangabeira é tampa!
Assim como tu, a família cresceu, as vacas engordaram um pouco. Mudei. Mas ainda tenho seis compadres por lá. Vizinhos que comigo dividiram perrengues e alegrias. Muito ótimo demais! 😃👏😍🙏🤝🫂🙌