A ela devo tudo

A campanha de Burity ao governo em 86 foi uma das mais emocionantes. Praticamente sozinho, tendo o apoio do raquítico PMDB, destronou o até então imbatível Wilson Braga, humilhou o falante senador Marcondes Gadelha e inaugurou um novo tempo no Estado.

Logo após a vitória, fez-se a montagem da equipe que iria governar com ele. Na área da comunicação o secretário escolhido foi Martinho Moreira Franco, Edmilson Lucena ficou com a Superintendência de Comunicação e para a Rádio Tabajara Paulo Santos foi nomeado presidente e Franto Júnior Diretor.

Eu fiz parte da equipe de campanha, sobrei na montagem do governo. Durante a campanha segui os passos do candidato, varei o Estado de um canto a outro acompanhando-o, redigindo as matérias e enviando ao comitê central, que se encarregava de distribui-las com os jornais. Aliás, não ia sozinho, tinha Lelo Cavalcante na parceria e Werneck Moreno fotografando tudo.

Ficamos a ver navios, não éramos importantes para o novo governador, integrávamos a equipe B da Comunicação, serviramos apenas para o trabalho pesado, na hora do usufruto os vistos eram os iluminados que permaneceram na Capital.

O tempo passou, os dias correram, até que, num começo de tarde o telefone da redação do Correio tocou a minha procura. Do outro lado da linha estava Glauce Burity, esposa do governador e Superintendente da LBA. Informava que acabara de ser criado o cargo de assessor de imprensa da Legião Brasileira de Assistência na Paraíba e ela me queria ao seu lado.

Nasceu ali uma parceria que dura até os dias de hoje.

Mais tarde, já na assessoria de Dona Glauce, abriram-se vagas para o cargo de Procurador do Estado. O governador começou a preenchê-los com nomes como os de Solon Benevides, Sanny Japiassu, Venancio Medeiros, Ricardo Lucena, Ariano Wanderley, Monica Figueiredo, Zé Lira, Ronaldinho Cunha Lima, etc e etc. Eu era Defensor Público e me achava no direito de ser Procurador, assessorava a primeira-dama, me sentia íntimo da família. Fui a Dona Glauce, ela me levou a Doutor Tarcísio e ele, por sugestão da esposa, me incluiu entre os novos integrantes da PGE.

Hoje estou perto da aposentadoria, mas de uma coisa não abro mão: a de ser grato a Glauce Burity por ser o que hoje sou.

Neste dia do seu aniversário abraço-a como assessor eterno e amigo sem data de validade. A ela devo tudo.