Conta-me dona Maria das Dorotéias que a sua vizinha Sueliana dos Prazeres Diletos anda gastando o dinheiro da herança, mais a pensão deixada pelo pai, para aparecer nas festas do soçaite.
Agora só vive de roupa nova e tirando retrato, como se fosse uma dondoca.
O pobre do marido, funcionário público de modestas rendas, faz das tripas coração para acompanhar a conje nessa jornada multicor.
O pobre nem consegue sorrir mais, abre um esgar de tristeza quando é obrigado a se postar diante do clique.
- Quero ver quando o dinheiro acabar – rumina dona Maria das Dorotéias se roendo de despeito.
E é porque ela ainda não sabe que a vizinha chique não quer mais saber da casinha enfeitada de trepadeiras da zona sul, botou o pé no bucho do marido e exigiu um apartamento voltado para o mar de Tambaú.
Como vai comprar, ninguém ainda sabe. Mas enfronhada como está no meio das chiquezas, com certeza terá acesso ao crédito imobiliário que financia casas e apês dos famosos na cidade e em alhures.
Só que esses compram fiado, pedem o troco e não pagam.
Usam e devolvem.
Será que dona Sueliânia já aprendeu a fazer devolução?




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