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A Paraíba já teve grandes homens públicos

14 de maio de 2025

Venho de longe, de muito longe, o tempo de onde venho tinha outros personagens, os políticos usavam a pompa como identidade, impunham respeito.

Ainda lembro da chegada de João Agripino em campanha para o governo do Estado. Vinha uma semana depois de Ruy Carneiro, seu adversário. Ruy desfilara pelas ruas de Princesa em carro aberto ao lado de um boneco branco em forma de carneiro. Foi o maior sucesso. João chegou diferente. Veio de carro, desceu do veículo na parede do açude onde uma multidão o aguardava. Deu de garra do pescoço de Ceinha de Manezim Pereira e os dois saíram frevando rua acima, seguidos pela multidão. Veio o comício e no comício a ofensa. Um jovem orador chamou Ruy Carneiro de ladrão. João o repreendeu, exigiu respeito.

Era assim.

Os adversários se digladiavam, mas se respeitavam. A ofensa pessoal era reprimida e as traições, poucas por sinal, jogadas na lata do lixo.

Mais tarde desembarquei na cidade grande, na luta pela sobrevivência tornei-me jornalista, convivi com deputados, com senadores, com governadores, até um presidente vi de perto. Eram figuras interessantes, não se prestavam ao deboche.

Lembro que o governador da minha chegada se chamava Ivan Bichara. Um homem calmo, sóbrio, poeta, escritor. Foi substituído pelo jovem Tarcísio Burity, professor de Direito, grande orador, conhecedor de idiomas. Antes dele, Dorgival ocupou a cadeira de governador com o brilho do intelectual, do jornalista brilhante, do advogado disputado a tapa pela clientela, do pesquisador de renomada.

Clovis Bezerra, que substituiu Burity, se impunha pela biografia sem manchas, pela lealdade incontestável.

Braga chegou para jogar merda no ventilador. Ainda assim foi um governador que fez nome e sobrenome, com o fez Ronaldo Cunha Lima em que pese a escorregada do Gulliver e Zé Maranhão, substituto de Mariz e depois dono do próprio espaço.

Digo sem medo de errar que o último governador a escrever seu nome na história como verdadeiro líder e inquestionável homem de palavra foi Ricardo Coutinho.

Depois dele a dúvida me assolou, fiquei desconcertado, até sem assunto fiquei. Vou ter que me socorrer com os universitários.

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3 Comentários

  • Reply Pinot 14 de maio de 2025 at 18:23

    Teve sim, vários!!

  • Reply Pinot 14 de maio de 2025 at 18:24

    Raimundo ASFORA, entre outros!

  • Reply Edmundo dos Santos Costa 15 de maio de 2025 at 07:58

    ANTONIO PEDRO DA COSTA, TAMBÉM … CÍCERO MARIANO; ZÉ DE TICO; MEU FELA; JOÃO DE ELIZEU; PREFEITIN; MORORÓ; ANTÕI BOI; LURDE DO CABELÃO; BRAZILINA; ZÉ GAMA ETC. ALMAS NÃO LEMBRADAS PORÉM INESQUECÍVEIS E SENSÍVEIS QUE PRESTARAM RELEVANTES SERVIÇOS AOS PARAIBANOS DE SOLÂNEA-PB. P.R.I.

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