opinião

As eleições e a lenda da Fênix

18 de novembro de 2020

 

Gilberto Carneiro da Gama

Analisando os números macros das eleições municipais no país e e em JP, constatamos o seguinte: Engana-se quem acha que a esquerda sucumbiu. E não me venham com essa história de Centrão ou Partidos de Centro. Ou é direita ou esquerda. Já dizia o saudoso Pimba: “Mais cedo ou tarde, vc é obrigado a escolher um lado”.

No Brasil, os números revelam que o segundo partido que elegeu maior número de vereadores nas capitais foi o PT e só não saiu mais fortalecido devido aos interesses escusos de alguns integrantes de diretórios municipais, a exemplo da lambança do Diretório Municipal de João Pessoa com a candidatura de Anísio Maia, na definição de Gleisy Hoffman “linha auxiliar do governador e da direita”comportamento parecido ocorreu também em São Paulo.

O número de prefeitos declarados negros e pardos, segundo o IBGE e o TSE  que conseguiram ser eleitos foi de 32%. Em Belo Horizonte a vereadora mais votada da história é trans, vitória dos Direitos Humanos e da assertiva  que o debate se constrói na diversidade.

Em João Pessoa, infelizmente, só tivemos uma vereadora mulher eleita, mesmo assim de perfil conservador. Foi uma eleição absurdamente atípica. Veja trecho da nota divulgada pelo PSB após o resultado das urnas: “Fizemos a luta do possível e até do impossível. Assistimos a uma unidade que somou partidos, governos, instituições de Estado, mídia comercial dependente dos Poderes Públicos, todos unidos numa tessitura perseguidora e difamatória, alinhavada com muita desinformação. Estranhamente, o TSE resolveu julgar, às vésperas da eleição, um processo das eleições de 2014 que o TRE havia nos inocentado, e, à frequência das calúnias, foi incorporada a divulgação de que, caso o eleitor votasse em nossa chapa, teria o voto invalidado”.

Todavia, mesmo em um cenário extremamente adverso, neste desenho ou fotografia, como preferem os marketeiros, RC ainda obteve 40 mil votos, numa eleição atípica em que o total de votos válidos, em torno de 365 mil foram pulverizados entre seis candidatos com diferenças de um para o outro menor do que 3%. Outro dado que chamou a atenção foi a alta abstenção, 112 mil eleitores deixaram de comparecer às urnas,  isso representa mais de 20%, acrescidos mais 12% de votos nulos e brancos, totalizando 32% de eleitores que deixaram de validar seus votos em um dos candidatos. A votação de RC é  o retrato do momento em face  da perseguição implacável, mas não o retrato da realidade.

Resume este cenário a frase de um autor desconhecido: “as pessoas foram criadas para serem amadas e as coisas para serem usadas. A razão pela qual o mundo está um caos é porque as coisas então sendo amadas e as pessoas estão sendo usadas, numa inversão de valores que corrói a humanidade”.

Como na lenda da Fênix RC renascerá mais forte, afinal como escreveu o filósofo Erich Froww “a principal missão do homem na vida, é  dar a luz a si mesmo e tornar-se aquilo que ele é potencialmente”.

Quando se passa os olhos pelas lideranças políticas que estão postas no tabuleiro político paraibano, sem muito esforço percebe-se suas contradições e incoerências expressas de forma vergonhosa em seus comportamentos e atitudes; então compreendemos  que este RETRATO é apenas a exteriorização de um momento frágil, mas passageiro da nossa democracia.

Adelante comandante girassol. FELIZ ANIVERSÁRIO!

Infelizmente um simples abraço nos foi tirado o direito de externar.

Você pode gostar também

Sem Comentários

Deixar uma resposta

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

1