Na última quinta-feira (30/08/2025), atendendo a um convite do confrade Marcos Marinho, o ex-governador Ricardo Coutinho veio de Brasília para ser entrevistado ao vivo no PODMARINHO – Podcast do Portal de Notícias A Palavra Online – em uma edição especial do programa das 11:30hs às 13:00hs.

Respondendo a todas as perguntas, sem rodeios prestou contas de seus dois mandatos à frente dos destinos da Paraíba, desmistificou o que ele considera como arroubos sensacionalistas da mídia, que além de criar, aloprou versões insanas sobre a “Operação Calvário”, imbróglio jurídico que o manteve fora da vida pública, fruto de uma conspiração arquitetada por seus ex-aliados, obstinados em desterrar sua imagem como um dos grandes líderes políticos da Paraíba.

Em nossa memória, desde a redemocratização (1985) só dois governadores elegeram seus sucessores: Ronaldo Cunha Lima e Ricardo Coutinho. Wilson Braga, Buriti II e José Maranhão (o único a governar três vezes a Paraíba). Entretanto, além de não eleger seu candidato em 2002, perdeu uma reeleição sentado na cadeira do Palácio da Redenção e com poder de caneta na mão, para Ricardo Coutinho, eleito duas vezes prefeito da Capital.

Ao indagarmos sobre os momentos mais sombrios do seu “calvário”, Coutinho lamentou a “censura branca” que lhe foi imposta pela mídia.

Em nenhum instante os veículos de comunicação o procuraram para ouvir sua versão. Deixou subentendido, que seguiam orientações da SECOM – Secretaria de Comunicação do Governo do Estado da Paraíba. Se tivessem lhe facultado o espaço, com duas respostas minimizaria os impactos “espetacularizantes” que alimentaram o quotidiano da crônica política/policial. “Quem desvia valores do erário público, não deixa em caixa meio bilhão de reais e todas as contas pagas”, disse ele acrescentando que a origem do suborno está na “gordura” das faturas.

Não foi constatado um único contrato superfaturamento. E se porventura houve abuso do poder econômico, ele não era o candidato. A investigação foi iniciada de forma equivocada. “Em 2018, fiquei até o último dia de minha gestão concluindo obras”.

Marcos Marinho perguntou se o palanque de Lula na Paraíba suportaria tantos “pesos políticos”. O governador João Azevedo, os Ribeiros – Aguinaldo, Daniella e o vice Lucas; Hugo Motta e o Republicanos; O Senador Veneziano Vital do Rêgo, projeto pessoal de Lula; O PT e Ricardo Coutinho, autênticos representantes da legenda do Presidente, sem esquecer Cícero Lucena, que promete ficar onde João Azevedo estiver. Esta “tonelada” de lideranças juntas não põem em risco o desmoronamento do palanque? Ricardo Coutinho respondeu que quem está governando a Paraíba são os Ribeiros e João Azevedo. Cícero romperá, e o restante ficará fora do abrigo e benesses proporcionadas pela “máquina”.

Intervimos para saber sua posição e opinião sobre a chapa Adriano Galdino e Veneziano Vital do Rêgo. Coutinho respondeu que vem conversando com Adriano, e até o convidou para filiar-se ao PT. Mas, mesmo que não esteja no PT, não tem nenhum problema para se alinharem no mesmo projeto. Entretanto, já advertiu que se ele permanecer no Republicanos não será candidato. Hugo, Aguinaldo e João irão barrar a postulação. Na sua visão, Adriano tem que procurar outra legenda.

Imaginamos que Ricardo olhou no retrovisor e viu o distante 2004. Se tivesse permanecido no PT, não teria sido eleito prefeito de João Pessoa. Continuando, Coutinho concluiu que ainda não conversou sobre política com Veneziano Vital do Rêgo (?). Reconhece sua dificuldade de encontrar uma estratégia que possa se equilibrar entre os “Bolsonaristas” (Cunha Lima) e o Lulismo, num momento delicado de uma disputa renhida (eleições 2026).

Sobre suas andanças pelo Estado, confessou que tem sido surpreendido pela memória do povo. Não esqueceram suas obras, serviços e ações, realizados em oito anos de governo. “A Paraíba tinha 56 cidades isoladas, sem acessos pavimentados. Interligamos todas as rodovias”.

Realmente, são obras inesquecíveis pela população. Até hoje, a Paraíba lembra de João Agripino graças a BR 230 e o Anel do Brejo. De Buriti I, o Anel do Curimataú. “Construímos 14 grandes escolas destinadas ao ensino fundamental/médio, e reformamos, com ampliações, 352 unidades de ensino em todo o Estado, atendendo a todos os municípios.

Fonte: Da Redação (Por Júnior Gurgel)