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Domingueiras do Tião

25 de maio de 2025

 

EXPEDITA E O TRAPEZISTA

Expedita cor de jambo, corpo de deusa, cabelos de índia, boca de pecado, peitos de artista de cinema, era cobiçada pelo mundo masculino, que só tinha o direito de ver com os olhos e lamber com a testa.

Seu dono e senhor era o fazendeiro de rosto vermelho e olhos azuis, dono de imenso rebanho bovino, das maiores fazendas da região, de quase todas as casas – inclusive a dela – do bairro do Cruzeiro e adjacências, falava-se até em baús entupidos de notas graúdas guardados a sete chaves na bela casa branca situada na subida para a Rua da Lapa.

Tinha boa vida, vestia-se com elegância, só usava do bom e do melhor, seus vestidos eram feitos sob medida, cobriam o corpo e mostravam os contornos –  e que contornos! -, mas ali só o velho e rico senhor chegava, abraçava e amava.

A vizinhança tinha medo de se aproximar. Ainda estava recente a surra de cipó de boi ministrada no enxerido jogador de futebol que, se julgando bom de drible, tentou driblar a vigilância montada em torno de Expedita e provar da fruta.

Ela vivia assim, de beleza e de suspiros, debruçada na janela da vistosa casa, olhando o tempo passar.

Até que chegou na cidade o circo de Xexéu.

Todo mundo só falava do circo e do trapezista que voava de um lado a outro da lona sem cair do trapézio.

Dorinha dançava rumba, Xexéu fazia graça, Severino era o principal ator do drama “A Louca do Jardim”, mas o trapezista tirava o brilho de todos, enchia as vistas das moças.

Expedita foi ao circo, o Amo deixou.

Sorriu com as palhaçadas de Xexéu, aplaudiu a rumbeira, chorou com o sofrimento da “Louca do Jardim”, mas, quando o trapezista se pendurou no trapézio, exibindo o peitoril vistoso, a cara de artista de cinema e as pernas volumosas, Expedita cegou.

Não tirou mais os olhos, não saiu mais de perto do circo e, de tanto insistir, acabou se encontrando  com o ídolo e futuro novo senhor.

O circo foi embora num meio de semana. Na véspera a casa do Cruzeiro ficou vazia. Expedita fugira com o trapezista.

O fazendeiro sofreu nos primeiros dias, mas logo arranjou uma substituta para a deusa de jambo.

E quando anos mais tarde o circo voltou, ele sentou na primeira fila para aplaudir Expedita voando no trapézio abraçada ao seu trapezista.

 

MEMÓRIAS DO BATENTE

Chama-se “Memórias do Batente” o novo livro de Rubens Nóbrega, com lançamento anunciado para o dia 2 de junho, das 7:30 às 10:30 horas, no Restaurante Canelle, aquele que fica ao lado do Posto de Afrânio, na Beira Rio.

Não tenho saído de casa para lançamentos de livro, mas para Rubens faço exceção. Irei.

 

LIVRO DE DOMINGUINHOS

“Antologia dos Construtores de Princesa”, livro de Domingos Sávio Maximiano Roberto, já está na gráfica e deve chegar aos leitores antes do São João. O lançamento será em Princesa. Reúne perfis de princesenses e princesados que de alguma forma contribuíram para o progresso da nossa terra natal.

 

SÓ RESTOU UM

Foto reunindo figuras importantes da política estadual. Dos que estão aí, salvo engano, só resta vivo Ramalho Leite. Os demais, de Ivandro a Zé Maranhão, viraram saudade.

 

 

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2 Comentários

  • Reply Bordel 25 de maio de 2025 at 20:43

    Após morte de 9 filhos de médica palestina, Lula condena ataque de Israel: “Ato covarde”
    Publicado por Diario do Centro do Mundo – Atualizado em 25 de maio de 2025 às 19:21, O que ISRAEL, tá fazendo, é um genocídio, e precisa ser parado, extrema direita é a representação do capeta aqui na 🌎 terra, acorda MUNDO!

    • Reply José 26 de maio de 2025 at 03:50

      Queria vê se vc falaria isso, se tivesse uma filha, pego pelo Hamas, estuprada e feita reféns por meses. Essa Extrema esquerda do Brasil é a reencarnação do Satanás na terra. Vcs não conseguem enxergar o óbvio, nem desenhando.

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