SAPOS DE FREI DAMIÃO
Os sapos de Alagoa Grande pararam de cantar há 40 anos por ordem de Frei Damião. Eles continuam morando na lagoa que enfeita o centro da cidade, mas não cantam mais.
O frade capuchinho estava em Alagoa Grande e se preparava para fazer o sermão da missa, mas não conseguia se concentrar por causa dos sapos, que, no mesmo horário da missa entoavam suas cantigas noturnas numa zoeira que incomodava o religioso e dividia as atenções dos féis.
Foi então que Frei Damião ergueu os dois braços para o céu e clamou a Deus para silenciar os sapos. No mesmo instante os sapos se calaram, Frei Damião encerrou o sermão, juntou os panos de bunda, foi embora e se esqueceu de retirar o castigo.
Que continua valendo, mesmo depois da passagem do santo padre para o plano celestial.
ALAGOA GRANDE
Estamos, eu e dona Cacilda, passando o final de semana em Alagoa Grande ao lado da turma de Júnior e Aninha, dois guerreiros do turismo tupiniquim. E é nessa viagem que estou tendo acesso a histórias como essa dos sapos castigados por Frei Damião. A turma é animada, sai logo cedo da pousada e não tem hora para retornar. Passa o dia conhecendo os pontos turísticos e a noite dança forró no restaurante de “Maria da Pá Virada”.
Mas como tudo que é bom acaba um dia, amanhã retornaremos a João Pessoa e que chegue a segunda-feira, que não é de cinzas, mas é tão ingrata quando a quarta-feira pós carnaval.
JAIME E ANNE
Em Alagoa Grande fomos recepcionados pelo casal Jaime e Anne, dois jovens empreendedores que estão revolucionando o turismo na região.
ZÉ LUCENA E NUNU
Zé Lucena, o filho intelectual de Tia Maria e Messias, morreu neste sábado. É o segundo da família que se vai. O primeiro, Nivaldo, o famoso Cascão, se foi de repente, o coração parou de bater.
Nunu de João de Teté, dos tempos da minha infância, morava em Bodocó, onde morreu e foi enterrado.
O nosso tempo está se esvaindo. Nem sei mais a quem cumprimentar quando chego em Princesa, os do meu tempo foram embora ou morreram.
Visito o cemitério, vejo as covas, leio os nomes, reencontro com os companheiros daqueles ontens, todos lá, caladinhos, no maior silêncio, aguardando a chegada do restante da turma.
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