O NETO DE CHICO BODE
Fui atrás das origens do deputado estadual pelo Paraná, Renato Freitas, filho de mãe nascida em Princesa Isabel. Descobri que ele é neto do famoso Chico Bode, o homem mais valente de Princesa e adjacências. Morava no distrito de São José, hoje município de São José de Princesa, ainda o alcancei, era moreno, baixinho, usava um chapéu de abas curtas, tinha um bigode preto enfeitando a boca e não se apartava da peixeira, a famosa língua de peba que usou para enfrentar valentões e desafios. Era temido. E esses deputados do Paraná que tentam menosprezar a fala mansa, porém firme, de Renato, não se enganem, Chico Bode também falava manso e matava mais manso ainda.
SÓ RELEMBRANDO
Dizem que é próprio da idade relembrar passagens da vida com detalhes tão fortes que parecem coisas novas e não imagens esmaecidas.
De vez em quando me pego conversando com os companheiros de copo no Bar de Joca em Princesa. Acho incrível a lembrança de detalhes que, na época, passaram desapercebidos.
Aquela boca de noite nas pedras da Lagoa da Perdição me trazem um cheiro de agora. O grande Everaldo de Seu Hermes quase se ajoelhando aos pés da morena clamando por uma esmola de sexo ainda hoje é uma imagem tão forte que parece não ter mais de 50 anos. E o que dizer do respeitável cidadão, casado com bela mulher, a implorar uma esmola de amor à burra Veneza?
O mar revolto com as chuvas de dois dias não é nada parecido com aquela praia mansa do Cabo Branco dos tempos de Bobó. A Toca do Bobó era simples, mas acolhedora. A família chegava cedo, instalava as cadeiras, os meninos construíam açudes e o velho Tião sentava no banco tosco da barraca a puxar conversar com Brauner Amorim e beber as primeiras do dia com tira gosto de feijão verde, bobó de camarão e peixe frito.
CHICO FRANCA
Aconteceu na semana passada, passei batido, mas conserto a omissão registrando agora o aniversário do amigo Chico Franca, meu eterno prefeito, gente da melhor qualidade, a quem muito devo em atenções, carinho e amizade.
Que Deus consinta mais comemorações ao longo dos anos ao lado de sua Carmen, dos filhos e netos.
2 Comentários
Tião o último dos gratos e homem honrado. Hoje só assistimos a bajuladores e interesseiros.
Tá na hora de escrever mais um livro, aquele não pode ser o derradeiro.
Eita, Tião, Basto, Bastião relembrando o passado marcante da velha Princesa Isabel. A Lagôa da Perdição e a burra Veneza. Faltou relembrar o Cabaré de Estrêla, onde Rita Quarto de Bode, numa noite chuvosa, tirou meu cabaço quando eu tinha 16 anos. Salvo engano, Rita Quarto de Bode também tirou o cabaço do Tião Bonitão. Hoje, aos 73 anos, vivo das minhas lembranças.