VENDEDOR DE ROLETES
Chico da Caçamba acabara de desembarcar o último passageiro da velha rural que usava para transportar os eleitores de Doutor Antônio Nominando e descansava sentado no banco da Praça João Pessoa, enquanto aguardava a ordem para se recolher à Casa dos Princesenses, local onde se abrigavam estudantes residentes em João Pessoa e pessoas que eram levadas à Capital para receber tratamento médico.
A Praça estava quase vazia, a noite começara, algumas mocinhas de vida fácil pescavam fregueses, Chico avistou o rapaz dos roletes, chamou-o, perguntou quanto custava cada um, “5 real, seu moço!”, informou o simpático vendedor, Chico puxou conversa, perguntou de onde ele era, se era casado, se tinha filhos.
– Sou de Juazeirim, sou casado e tenho oito filhos – respondeu o vendedor de roletes.
E Chico, mais curioso ainda:
– Quanto você apura por semana vendendo roletes?
– Uns 50 real -, respondeu o moço.
Aí Chico não se conteve:
– E 50 real dá pra você sustentar a mulher e oito filhos?
O rapaz disse que não, mas apontou uma saída:
– Dar, num dá, mas de vez em quando aparece um cuzinho pra eu cumê.
Aí Chico não esperou o final da conversa. Levantou-se, rumou para a pensão e ainda se ouviu o seu grito de alerta:
– Danou-se!
NIVER DE PEDRO
Registro o aniversário do grande Pedro Macedo Marinho, um amigo, um companheiro de velhas guerras, uma figura fantástica que merece nosso abraço e nossa admiração.




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