POR FLÁVIO LUCIO VIEIRA 

O jornalista Helder Moura publicou em seu blog um texto, travestido de informação, que pode revelar o quanto se tornou promíscua a relação entre os setores da imprensa que, mais do que oposição política, manifestam ódio ao ex-governador Ricardo Coutinho, com a Operação Calvário.

Vou reproduzir o que o jornalista escreveu hoje.

“O Blog recebeu informações de pessoas ligadas à Operação Calvário, que aliados do ex Ricardo Coutinho estariam tentando cercar a ex-secretária Livânia, com elogios e afagos, para que ela mude os termos de sua delação premiada, quando for ouvida pela Justiça.”

Quais “pessoas ligadas a Operação Calvário” que repassaram a “informação” o jornalista não revela – um promotor? – mas a tal informação não deveria preocupar nem o jornalista nem o vazador, onde quer que ele esteja.

Como a delatora mencionada já deve ter repassado pistas suficientes para o Gaeco amealhar provas do que foi antecipadamente vazado para jornalistas para a imprensa, não há razões para preocupações.

Ora, caso Livânia Farias tenha mesmo falado a verdade, a verdade não pode ser modificada. As provas que os advogados de defesa de Ricardo Coutinho esperam finalmente ter acesso, depois de mais de um ano de investigações, ratificarão o que disse a ex-secretária.

A não ser que essas provas não existam e a única peça do processo que sustenta o que disse Livânia Farias seja a delação premiada, que a ex-secretária decidiu fazer enquanto estava presa.

Nesse caso, como o STF já pacificou, delação que não produza provas é insuficiente. Mas, claro que não se trata disso. Helder Moura é jornalista compromissado com a verdade e, como tem muitos informantes no Ministério Público, em breve deve vazar para seus leitores as provas que o Ministério Público diz ter.