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Hoje foi só um lanche

7 de novembro de 2025

Hoje os moradores do Funcionários I testemunharam um tiroteio no meio da rua. Os vídeos mostraram os bandidos fugindo num carro vermelho e a polícia perseguindo, tiros indo e vindo e a população no meio, acuada.

Nunca o noticiário policial esteve tão gordo, pena que Humberto Lira tenha morrido antes de testemunhar tão fenomenal progresso. Ele, Cecílio Batista, Juarez Félix, Chapéu de Couro, Jair Santana, Enoque Pelágio, Anacleto Reinaldo, Joel de Brito e tantos outros que, na falta de sangue, espremiam as notícias para impressionar o leitor e o ouvinte.

Hoje reina a fartura, gangues, organizações criminosas, o cão chupando manga, tudo junto e misturado reinam na cidade, ditando ordens, uns se transformando em administradores de ruas e de bairros e a polícia, tonta no meio da zoada, distribuindo tiros e tentando mostrar serviço.

Alcancei a cidade ainda pequena, com cara de sítio. A Torre era um sítio, o 13 de Maio outro sítio, Gramame só tinha mato e alguns casebres, o Grotão era um amontoado de pequenas casas geradas pela generosidade de Glauce Burity, o estudante saía do colégio na Praça da Independência e caminhava até seu aconchego a quilômetros de distancias, altas horas, sem medo de ser assaltado.

Meu pai costumava sair do nosso quartinho na Aragão e Melo para assistir o faroeste do Cine Metrópole, ia e voltava caminhando pelas ruas adormecidas e ninguém o perturbava.

A cidade se metropolizou, virou gente grande, é o prato predileto do cardápio dos que fogem do sul buscando qualidade de vida, isso foi bom para o turismo e ruim para os nativos. Os bandidos também vieram, sentaram praça e botaram banca.

E o faroeste também se instalou. Hoje foi só um lanche. O fim de semana se anuncia com mais barulho e sangue.

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