INTÉ!
Antigamente eu via a morte como algo muito distante que chegava para os outros mas não chegava para o meu bico.
Era no tempo das mortes dos que não mantinham convivência aproximada, eram mais velhos, viviam noutros mundos.
Chegou o dia de morrer gente da gente, a turma começou a diminuir, um hoje, outro amanhã, a contagem aumentou, já não se dizia os nomes dos mortos de uma só vez, era preciso contar para se chegar a uma soma.
E eu comecei a descobrir que a imortalidade de outros tempos era apenas uma ilusão.
Olhando pela janela do passado, descubro que muita gente já não está mais aqui, foi simbora sem direito a um feliz retorno.
Hoje chegou a vez de Cícero Florentino, a quem via como pessoa cheia de saúde, pescador emérito, dentista dos bons, cidadão de bem, apreciador de uma cachaça brejeira, alguém que estaria predestinado a enterrar a turma toda e guardar a chave para a eternidade.
E agora?
Não sei como o dia amanhecerá, quantos de nós ainda restarão para contar a história.
Mas como dizem que a vida é assim mesmo, tem começo meio e fim, vamos vivendo e aguardando a vez.
Inté.
1 Comentário
Saiu agora:
STJ RECONHECE GRUPO A. GASPAR COMO O LEGÍTIMO DONO DO HOTEL TAMBAU!!!
E agora José?????