Miguezim de Princesa
I
O velho Mané Raimundo,
Na Feira dos Importados,
Soltou um peido tão grande
Que se sentiu abalado,
Ainda mais com o calor,
Que deixou tudo abafado.
II
Mané estava sentado
Voltado para o poente
Quando sentiu o mormaço
Subindo nas pernas, quente
O peido descontrolado
Foi alto e assustou gente.
III
Chamaram até o tenente:
“É tiro de facção!
Se não for do PCC,
É do Comboio do Cão”.
E o cheio de pólvora seca
Se espalhou na multidão.
IV
Mané, nessa ocasião,
O tumulto percebeu:
“E agora o que eu faço,
O povo mangando d’eu”?
No meio do sururu
Meio quilo de angu
Do entreperna desceu.
V
A feira toda parou
Com o fuzuê e a zoada,
Mané, todo envergonhado,
Já corria na disparada,
Escorregou no angu
E desabou na calçada.
1 Comentário
Miguezim, por falar em peido, devo dizer com toda confiança e conhecimento de causa que velho quando tosse, peida. Velho quando espirra, peida. Velho quando mija, peida. Enfim, velho peida até sem querer peidar.