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Daqui de casa dá para ouvir a zoada da festa, pra dormir vou ter que calibrar no copo, pense num fuá!
O pior é que não é o ritmo a que estava acostumado. É um baticum estranho, um instrumento tocando sei lá o que, o batuque de uma bateria acompanhando o ritmo e de vez em quando um locutor irradiando alguma coisa que daqui não dá para identificar o que é.
Voltei ao São João dos meus antigamente, da sanfona, da zabumba, do triângulo e do pandeiro. Era mais musical, tinha cheiro da terra, o eletrônico passava longe, ouvia-se a voz gasguita de João Caiti dando poesia aos acordes de Mané Tocador e o sopro mágico de Chico Costa no clarinete completava a melodia.
E a turma dançava o miudinho descansando no cangote da morena, sem se incomodar com o tutano de poeira que levantava da terra a caminho do céu.
Mais tarde vinha a quadrilha, alevantu, anarrié, adiante uma, adiante duas, olha o túnel!
A festa só terminava com o raiar do dia, o final vinha com um sabor de saudade e um gosto de quero mais.
Agora não tem mais isso, o povo preferiu um tal de Alok.
1 Comentário
Coitada da pacata cidade de Bananeiras, antes ar puro, sossego, trânsito tranquilo, plena civilidade…após os ditos condomínios, só vieram as porcarias, estão acabando com a natureza, até o São João, destruíram….tudo por ostentação. Triste fim de uma cidade.