opinião

O Velho raparigueiro, o Baton e o pão doce

15 de junho de 2025

Hilton Gouveia

Entre as décadas de 1980/90 eu era gerente das Sucursais de O Correio da Paraíba e A União em Guarabira, onde a matéria-prima mulher existia em muita oferta.

Era tanta mulher na cidade, que se o cara encostasse o carro um pouquínho na Praça dos Pombos e deixasse a porta aberta, os bancos eram ocupados imediatamente .

Pior que a minha então esposa era braba e ciumenta. Parecia até ter jogado no Flamengo, porque me marcava homem a homem

Um dia, alguém me avisou discretamente, que minha camisa estava com uma marca de batom nas costas. E bem legível . Já era umas 10 da noite. Aí fiquei apertado. Porque era hora de voltar prá casa.

Dirigi-me, desesperado, para o WC da Rodoviária, entrei no lado masculino e comecei, sem jeito, a esfregar sabão  líquido e água na terrível mancha.

De longe, um senhor Grisalho me olhava, zombeteiramente. Parece-me que ele mangava de mim.

Aí veio a pergunta: é Baton, né? Respondi sim.! O homem mandou-me aguardar e retornou com um pão doce maciço.

Tomou-me a camisa, molhou o pão doce e começou um serviço de encarcar o pão doce sobre a mancha.

Uns longos 10 minutos depois respirei aliviado. A mancha sumiu. Não deixou vestígios.

De volta ao lar, a mulher me recebeu com olhar desconfiado, daqueles sargentos horríveis aos recrutas que chegam bebuns no quartel.

Então veio a interrogação: “quem molhou tua camisa, Hilton?” E eu com a cara cínica, respondi: “acho que foi a chuva!”

O tapão tiniu no meu pé de ouvido. Eu ouvi dona Beth rosnar: Seu fdp, vc foi f… Com aquela rapariga e ela se enxugou com sua camisa, não foi?

O velho do pão doce era Ghandi, um boêmio notório e frequentador assíduo do cabaré de madame Arara.

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2 Comentários

  • Reply .EDVALDO 15 de junho de 2025 at 08:51

    Cabaré de Madame Arara, em Guarabira foi onde Mariana, uma hóspede do local, natural de Pirpirituba, tirou meu cabaço numa noite chuvosa, em 1980. Eu tinha 16 anos. Fiquei freguês. Trepava sem camisinha e nunca peguei uma doença.

  • Reply CICERO DE LIMA E SOUZA 17 de junho de 2025 at 04:20

    Naquela época, amigo, não existia CAMISINHA e nem (AIDS) -HIV.
    As tre…….eram naturais, puras, saudáveis e o máximo que poderia surgir era uma gonorreia e logo seria curada com benzetacil e curado para outras.

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