Miguel Lucena
Tolete, que se achava banqueiro do povo, foi desbancado pela Polícia Civil do Distrito Federal. O sujeito montou um império paralelo de empréstimos, cobrando juros de fazer inveja ao cartão de crédito. Quem não pagava em dia, recebia não a cartinha de cobrança, mas a visita da turma de credores munida de más intenções.
A prisão de hoje revelou ainda um detalhe pitoresco: a agiotagem de Tolete era apenas um dos braços da lavanderia de dinheiro de uma facção local. Enquanto a máquina de lavar da dona de casa se ocupa com sabão em pó, a de Tolete se especializou em transformar dinheiro sujo em notas cheirosinhas de banco.
Rei da agiotagem? Talvez. Mas agora, sem trono, sem súditos e sem juros, Tolete vai ter de parcelar sua vida em suaves prestações de audiência judicial.
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