Porque hoje é sábado

1 – Esse negócio de capar tarados já foi praticado no Seridó em meados do século passado. Joaquim de Enedina vivia de atacar as mulheres da redondeza até que os moradores se juntaram, pegaram ele, amarraram num pé de umbuzeiro e arrancaram seus zovos  a golpes de faca.

 

2 – Capado, Joaquim deu pra engordar , a botar corpo, a crescer a bunda.E, só pra se vingar dos seus algozes, passou a queimar a boca da quartinha. “Já que me proibiram de usar a frente, vou usar atrás e quero ver como vão me capar de novo”, avisava aos que encaravam a árdua tarefa de lhe fazer feliz.

 

3 – No comecinho da década de 60 espalharam em Princesa que a carne do boi vinda de Minas Gerais estava causando problemas. Diziam que quem comia ficava com os seios grandes, do tamanho dos peitos de Litinha Bate Vara, a quenga mais fornida e peituda do cabaré de Estrela.

 

4 – Animado com a possibilidade, Cicinho do Cruzeiro gastou a herança deixada pelo pai (que não era lá essas coisas) com carne de boi vendida por finado Veri como sendo das Minas Gerais. E os peitos não saíram do lugar. E o pior: em vez dos peitos crescidos, Cicinho passou uma semana com caganeira provocada pelo excesso de gordura.

 

5 – Um conhecido deputado estadual da nossa amada Paraíba faltou a uma reunião do antigo PMDB e, para se justificar, telefonou ao senador Humberto Lucena:

– Doutor Humberto, não fui à reunião porque nasceu um treissol no meu olho.

O senador, que tinha o deputado na conta de filho, o corrigiu:

– Não diga nasceu um treissol no olho, isso é um pleonasmo.

Foi aí que o deputado, assustado, chamou a secretária e pediu para marcar com urgência uma consulta com o oftalmologista Toinho Medeiros:

– Corra, dona menina, porque o negócio é mais feio do que eu pensava. Doutor Humberto disse que eu tô é com um tal de pleonasmo.

 

6 – Toinho de Cláudio, que era manso, se apaixonou por Dorinha, filha de Seu Ageu, que era valentão. Obrigado a enfrentar a fera, bebeu uma garrafa inteira de Pitu e, de pá virada, procurou o futuro sogro para fazer o pedido:

– Seu Ageu, vim aqui pedir o priquito de Dorinha em casamento.

Surpreso, Seu Ageu expôs a dúvida:

– E não é a mão não?

Ao que Toinho respondeu:

– É não, Seu Ageu, porque de punheta eu tô por aqui.

 

7 – José Pequeno era o líder dos carroceiros de João Pessoa. Todo ano comandava um desfile de carroças em homenagem ao interventor Argemiro de Figueiredo e ao prefeito Fernando Nóbrega.

De repente Getúlio demitiu Argemiro, Nóbrega também caiu. José Pequeno guardou sua carroça, trancou-se dentro de casa. Um dia, dois, ninguém mais o viu. No terceiro, pôs o terno novo, amarrou a gravata, engraxou os sapatos e passou pela casa do ex-prefeito Nóbrega.

– Chefe, vou ao palácio apoiar o novo interventor Rui Carneiro.

– Por que tanta pressa,Zé Pequeno?

– Ah, doutor, três dias longe do governo é demais.

 

8 – O vereador Chico do Fumo ia para a Câmara no seu velho jipe quando ouviu o rádio anunciar o assassinato do presidente Kennedy, da América do Norte.

Apressou a viagem, entrou esbaforido no plenário, ocupou a tribuna e espalhou a notícia:

– Quero informar que mataro o Presidente Kenga, que morava pras bandas do Rio Grande do Norte.

 

9 – Uma eleitora procurou o candidato a vereador Chiquim de Orlando pedindo-lhe um pneu para sua bicicleta. Pneu completo, ou seja, a roda pronta para botar na dita cuja e sair andando. Chiquim, pesaroso, lamentando muito, desculpou-se:

– Minha filha, a roda toda não posso dar. Só dou o aro, e olhe lá.

 

10 – Gutemberg Cardoso apresentava o programa Correio Debate junto com os outros meninos do sertão, quando um ouvinte entrou no ar e fez a denúncia:

– Olhe, seu repórter, a coisa anda tão feia por aqui que eu garanto: Se continuar assim vai ficar do mesmo jeito.”

 

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Pedro Cirne, Maguila de Bananeiras, Dona Beta, Ramon Moreira, Ricardo Ramalho,  Duda Jardineiro, Carlos Chianca, Oswaldo de Doutor Oswaldo, Odon Bezerra, Sérgio Chaves, Ademar Teotonio, Josinato Gomes, Josinaldo Malaquias, Hilton Gouveia, Marcela Sitônio, Leila Oliveira, Anchieta Maia, Edmilson Pereira, Adelton Alves, Harrison Targino e Johnsim Abrantes.

 

12 – Houve um acidente automobilístico em Cajazeiras com muitas morte e apenas um sobrevivente com o crânio bastante avariado, morre mas não morre. Batista Corró, vereador e porteiro do Hospital Regional, tentava consolar os familiares da vítima:

– É isso mesmo, meus amigos, os médicos fizeram de um tudo. Ele morreu, mas morreu bem amiorado.