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Porque hoje é sábado

5 de setembro de 2025

1 – O quadro político de 2026 está muito parecido com o de 1986, os personagens, claro, são outros, mas o roteiro é igual, irmão siamês. Tanto lá como cá existia um governador que se achava forte ao ponto de menosprezar um candidato do seu partido que despontava em primeiro lugar nas pesquisas e, como está prestes a acontecer agora, coube ao PMDB abrigar o candidato desprezado, levá-lo à praça pública e à vitória.

2 – Em 86 o governador era Wilson Braga, dono da Paraíba. Tinha a unanimidade dos prefeitos, maioria folgada na Assembleia, era o rei. E por se achar tão poderoso brigou com o deputado Tarcísio Burity e impôs um candidato que era bom de discurso, mas não tinha votos.

3 – Burity deixou o partido que tinha os generais como aliados fiéis e se filiou ao PMDB de Humberto Lucena, Antônio Mariz e Ronaldo Cunha Lima. Formou uma chapa ao lado de Raymundo Asfora, Humberto senador e Raimundo Lira e partiu para o tudoou nada.

4 – Braga foi de Marcondes Gadelha, depois de iludir José Carlos da Silva Júnior, a quem convenceu a não assumir, como vice, o Governo para ser o seu candidato a governador. Zé Carlos foi na onda e perdeu tudo, Braga elegeu Milton Cabral como governador tampão, lançou mão de Marcondes e ele próprio se candidatou ao Senado ao lado de Maurício Leite.

5 – Veio a eleição, Burity ganhou com 300 mil votos de maioria e elegeu Humberto Lucena e Raimundo Lira. Braga perdeu a senatória que lhe parecia tranquila. Foi uma lapada tão grande que o famoso “cego de Conceição” nunca mais se aprumou.

6 – Dois mil e vinte e seis está bem pertinho, é paruano como se diz lá em nós. O esquema governista tinha a faca e o queijo para continuar mandando no Estado por mais quatro anos, mas aí foi decidido dar guarida a um candidato dito natural, deixando à margem o que está liderando as pesquisas.

7 – O governador João Azevedo, com mão de ferro, impôs o nome do jovem Lucas Ribeiro, que assumirá o Governo quando João se afastar para disputar o Senado, a Cícero só restou a opção de mudar de partido e ir à luta como foi Burity em 86.

8 – E não é que apareceu o convite semelhante ao que foi feito a Burity! O senador Veneziano ofereceu o mesmo MDB que Humberto Lucena ofereceu ao saudoso ex–governador para que Cícero viabilize a candidatura.

9 – Sem falar na existência de um Adriano Galdino magoado com tanta desconsideração e disposto a ir para o confronto, quem sabe, fazendo uma dobradinha com o chamado Caboquim de São José de Piranhas.

10 – Só resta esperar o aparecimento de algum Raimundo Lira para repetir a proeza de 86. O diabo é quem duvida disso. Em política tudo é possível, até o impossível pode acontecer.

11 – E agora lá se vão meus abraços sabadais para Herbert Fittipaldi, Mário Gomes Filho, Diego Lima, Geordie Tampa de Furico Filho, Sérgio de Castro Pinto, Eliabe Castor, João Lobo, Aluska Lacerda, Fernando Caldeira, Carlos Magno, Gutemberg Cardoso, Heron Cid, Fabiano Gomes, João Costa, Marcos Vinicios, Padre Albeni, Edmilson Lucena, Miguel Lucena, Ulisses Barbosa, Vavá da Luz,Arimateia Souza, Bruno Farias, Cristiano Teixeira, Ecliton Monteiro e Fernando Braz.

12 – Numa segunda-feira imprensada, em Barra de Santa Rosa, quando o guarda do Banco do Brasil ia fechando as portas no final do expediente, foi surpreendido com a chegada do vereador Chibinha, todo esbaforido, pedindo urgente uma almofada para tirar a impressão digital de um defunto ainda quente que ele levou para receber a aposentadoria do INSS.

 

  • Num vai dá trabaio nenhum, seu guarda. Já trouxe o homi com o braço pro lado de fora do carro e o dedo de molhar a tinta arrebitado – Explicou-se.

 

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