Se vai fugir ou não, só o tempo dirá

É impossível ter pena de Bolsonaro. Essa cara de vítima que ele ostenta agora não me sensibiliza. Já vi a mesma cara num passado recente debochando da dor dos que perderam entes queridos para a Covid. E ainda ressoa em meus ouvidos a resposta dura dada por ele a um repórter que quis saber da sua opinião sobre as mortes: “Não sou coveiro”.

Há quem goste dele, meu amigo Chico Pinto gosta e disso não faz segredo. A democracia nos permite conviver sob um mesmo céu com os adversários. Mas sentir pena de Bolsonaro por causa da tornozeleira colocada no seu mocotó, não sinto.

Ele se fez merecedor. Se achava acima do bem e do mal. Queria ser um presidente perpétuo, armou um golpe, planejou matar autoridades, Xandão seria assassinado, Lula viraria defunto, os contrários ao golpe receberiam duros castigos, ousava repetir 64 e suas torturas. Como não deu certo, agora faz cara de choro, se diz humilhado por causa do relógio no mocotó.

Na sua ousadia, nem soube se recolher. Continuou peitando a justiça, estimulando intervenções estrangeiras nas coisas do Governo para forçar a barra em seu favor, todo mundo sabe disso, até os bolsonaristas roxos. Claro que a rebordosa chegaria de um jeito ou de outro. E vem mais coisas por aí, é só esperar.

Se vai fugir ou não, só o tempo dirá.