opinião

1BERTO DE ALMEIDA

19 de dezembro de 2021

BERTO DE ALMEIDA

Pronúncia difícil!

– Uma vez li não sei onde ou talvez tenha ouvido falar, que o inseto
Cid Moreira, a “velha aposentada” do JN global, costumava dizer que
tirava dos textos que lia no TP a palavra “Técnica” por ser a mesma
ruim de pronunciar.

Ontem, depois daquela briga de sua – lá das negas deles, Tião –
“Excelência é um grande FDP” pra cá e outro pra lá, lembrei que um
legislador muito mirim da nossa Província das Acácias para quem
costumava escrever os seus raros discursos, dizia que com ele a
dificuldade era pronunciar a palavra “Honestidade”. Sentia-se mal ao
vê-la nos meus escritos.  E, nessa hora, lembro-me bem, fingindo ser
cleptomaníaco, sem vergonha, coisa que ele nunca teve, metia a mão no
bolso do povo paraibano e sorria como um Coringa em uma de suas – do
Coringa – piores crises.

Eu amo Jampa!

– Finalmente tomaram vergonha – não encontro outra palavra – e
retiraram aquele horrível “Eu amo Jampa” provinciano que enfeava a
nossa bela praia de Tambaú. Faz tempo. Mas, só agora, passando por lá,
olhei as letrinhas de perto e constatei o fato.  Não gosto de “João
Pessoa”, todos sabem, mas entre o Jampa e esse nome que ali agora está
eu fico feliz pelo fato daquele presidente ter sido batizado de João.
Imaginem só a nossa Parahyba tendo como capital Asclépio ou Esculápio.

Assim é poda!

– Todos os dias, passando no meu alazão vermelho de cascos de borracha
pelas ruas de bairros distintos (risos), deparo-me com homens cortando
uns galhos que ninguém pensaria em quebrar um dia. Uma beleza! A Rua
fica parecendo uma Champs-Élysées!

Enquanto isso, enquanto isso mesmo, na Rua São Judas Tadeu, ali no
Varjão, acho que é isso, num terreno particular em que a prefeitura
faz a sua – do terreno – limpeza de 15 em 15 dias, sem nada cobrar do
proprietário, tem uma árvore enorme toda despenteada, derrubando fios
e provocando belos clarões (circuitos) em tempo de chuva. Uma árvore
tão grande que mata de inveja qualquer velho baobá.

Baba o velho, baba o velho!

– Dia desses e esse não faz muito tempo, um parlamentar mais mirim que
o Santino apresentou um Projeto de Lei, escrito em um português
vagabundo que por ali passava, concedendo um título de cidadã
paraibana a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher ou
personagem da mesma linha distante.

Agora, soube nesses dias, é a vez do “Véio da Van”, como assim o chama
a empregada do meu vizinho. Não estranhei. Tudo muito natural por
aqui. Por isso fiz muito bem em sugerir um dia que o próximo
presidente daquela casa deveria ser o Santino. Tão lembrados dele?
Pois é. A justificativa? Simples: dos males, o menor.

For all?

– Houve uma vez em são Paulo, num encontro de forrozeiros, que um
deles me perguntou o que ganharia – vive da sanfona – se o forró fosse
finalmente declarado “essa coisa” de patrimônio cultural imaterial do
Brasil. E eu: “Você vai ficar rico e famoso como o Frank Sinatra”. E
ele: “Como quem mesmo?”. E eu: “Como João da Praia”. Não entendeu. Nem
eu.

O forró!

– Em entrevista para o jornal O pasquim, em 12/11/1960, o maestro
soberano Antonio Carlos Jobim dizia “Se eu fosse editor, ia buscar
coisas no Nordeste: as coisas mais geniais do mundo estão lá”. Corta!
Finalzinho do ano 2016/17, num papo musical com o grande maestro Edino
Krieger, excelente maestro e não menos excelente pessoa, ele dizia que
a nossa música – a nordestina – era uma das mais ricas e maravilhosas
do mundo. Agora, com o forró declarado Patrimônio cultural imaterial
do Brasil, parece que finalmente descobriram o que há muito – também
eu, Aldo Lopes, também eu, Tião –  eles tinham descoberto.

A empregada!

– a empregada da minha vizinha diz cada uma que vale por cem. As suas
perguntas me fazem calar e ficar olhando para dentro como aquele olho
do Lampião do poetaço Sérgio de Castro Pinto. Agora foi a vez da
Denise Belmiro (“por que não aproveitou a matéria sobre fonoaudiologia
e procurou ajuda?”) e Antonio Vieira (“por que ele gagueja tanto e
roda como um pião em cada pergunta e não sai a pergunta que deseja
fazer?”). Sei não, sei não, sei não mesmo, respondi. Nada contra. Nada
contra mesmo.

Pensar & só pensar:

– Passar a limpo o país  é  fácil. Difícil  é encontrar um lugar para
deixá-lo enxugando sem que alguém  não o roube.

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3 Comentários

  • Reply Paulo Roberto 19 de dezembro de 2021 at 07:42

    Parabéns, 1berto. Voltando aos velhos e bons tempos. Notas bem escritas e bem humoradas. Sem palavras. Sou teu fã e leitor.

  • Reply Edmundo dos santos Costa 19 de dezembro de 2021 at 09:12

    POR FALAR EM PARLAMENTAR DIGO QUE É”ISSO. E SE É ISSO, ISSO É. SE NÃO FOSSE ISSO SERIA IÇO. DITO TUDO ISSO, TENHO DITO QUE ISSO ISSO É”

  • Reply Helena Farias 20 de dezembro de 2021 at 07:24

    Tião Eu gosto e muito dos textos desse escritor. Só uma dúvida: esse é um pseudônimo ou nome mesmo ? ele deve muita coisa pra dizer, mas ,por motivos que desconheço, prefere ficar no “vocês tirem suas conclusões”. um texto muito bom. o parlamentar miri deve ser aquele secretário do prefeito. é isso, 1berto ?

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