Antônio de Mariquinha tinha fama de corno , corno contente, conformado e satisfeito, porém negava a pecha, afirmava que tudo não passava de inveja dos vizinhos que não se conformavam com o amor dele para a esposa e vice-versa.
Zefinha não ligava para os boatos, desfilava sua beleza pela rua onde morava, sempre bem vestida e cheirando a sabonete Dorly.
Antônio não trabalhava fazia um tempão, vivia com o se me dão da mulher, mas garantia que estava de olho num trabalho e logo, logo tiraria o pé da lama, a barriga da miséria, sairia do miserê.
E a vida continuava.
Até aquela boca de noite, quando recebeu o aviso: “Luiz de Tola está na tua casa comendo tua mulher”.
- Tá nada! -, procurou reagir, mas diante da insistência do dedo-duro, decidiu tirar tudo a limpo.
Aproximou-se da casa, já no escuro, viu um carro parado na frente, desconfiou, entrou pelos fundos e chegou no quarto onde viu Luiz de Tola atolando o “indevido”.
Para não ser notado, arrastou-se pelo quarto, escondeu-se debaixo da cama e ficou a escutar os gemidos.
Até que Luiz, no auge da satisfação, perguntou se Zefinha sabia o número de camisa do marido. Ela não sabia.
- Que pena, eu estava pensando em comprar uma camisa pra ele, mas sem saber o número…
Foi quando Antônio, botando a cabeça para fora, avisou:
- Eu visto M!




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