opinião

A fofoca

3 de março de 2024

Marcos Pires

Se os queridos leitores pensam que o tema é bobo, preparem-se para conhecer informações fantásticas sobre a fofoca. No livro “A Colorful History of Popular Desulions” os autores abordam o tema de uma maneira incrível. Fui mais além na minha pesquisa e alcancei o refinamento das definições supostamente científicas que diferenciam a fofoca do boato e do rumor. Fofoca seria o comentário sobre a vida alheia com maledicência. O boato pretende uma informação falsa, tipo fake new. Já o rumor trata de uma informação corrente, ainda não confirmada.

Os estudiosos do tema dão como origem da fofoca o surgimento da necessidade dos nossos ancestrais em compartilharem informações sobre a caça e a colheita possíveis à época. O professor Klaus Zuberbuehler, da Universidade St. Andrews, na Grã-Bretanha afirma que “Foi esse aspecto social e de apoio, típico da natureza humana, que permitiu que a fofoca surgisse”.

Ao aprenderem a fazer fogo nossos antepassados ganharam algumas horas à noite para conversas. Além das informações que trocavam durante o dia sobre temas ligados à sua sobrevivência eu acho que deve ter sido ali que à falta de outros assuntos a fofoca evoluiu.

A história registra fofocas que causaram danos terríveis. No século 14, quando a peste negra assolava a Europa, milhares de judeus foram perseguidos porque se dizia que o diabo os estava protegendo da doença. Em troca eles estariam envenenando os poços de água dos cristãos. Em 1321 cerca de cinco mil judeus foram queimados vivos na França por supostamente estarem envenenando os poços.

Contavam os mais velhos que aqui na Paraíba, na época do golpe militar, um fofoqueiro vivia desancando os militares, investindo contra sua honra pessoal. Um coronel soube e mandou prender o safado. Disse que ele seria fuzilado imediatamente. Colocou o pilantra num paredão e mandou os soldados atirarem com balas de festim. Em seguida soltaram o salafrário, todo borrado, e deram-lhe um tremendo esporro. Ele prometeu jamais fazer fofoca. Só que ao sair do quartel encontrou um amigo que lhe perguntou as novidades. O canalha olhou para os lados e segredou: “-Meu amigo, o exército faliu. Nem bala eles tem”.

Preocupa-me o efeito que a recém chegada inteligência artificial vai provocar nas fofocas.

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