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A PARTIDA DE PAULO MARIANO

21 de novembro de 2018

Miguel Lucena

Partiu para outro plano o amigo Paulo Mariano, historiador maior de Princesa e um guerreiro em todos os sentidos. Herdou a fibra dos que lutaram na Guerra de Princesa, de Ronco Grosso a Luiz do Triângulo. Quando fui escrever o poema Guerra da Perdição, foi a ele que recorri para descrever a ação de cada lutador daquela batalha épica sertaneja. A autenticidade de Paulo foi retratada em crônica do premiado Aldo Lopes, Neto de Ronco Grosso, quando narrou que o falecido deixou registrado em testamento que queria ser enterrado no oitão do cemitério de Princesa, ao lado dos mais pobres, sem cruz sobre sua cova, para poder morrer por inteiro.
Esse pedido, felizmente para nós, não será atendido. Paulo Mariano para sempre será lembrado.

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1 Comentário

  • Reply Aldo Lopes de Araújo 22 de novembro de 2018 at 22:17

    Tião, me recuso a ir a velórios e a enterro muito menos. Não fui ao de mamãe nem ao do meu irmão e se Deus quiser nem ao meu próprio irei. Não gosto do caráter religioso que dão às cerimônias fúnebres. Tô fora. E ainda mais em se tratando de um cara como Paulo, o guru de uma geração de aprendizes de feiticeiros, um admirador das artes, um humanista, um homem de sete instrumentos, capitão de longo curso, pena que esta experiência de vida não tenha revertido em benefício da cidade, quando se candidatou a prefeito e foi “o candidato do povo contra os arrumadinhos”. Os “arrumadinhos” se elegeram e até hoje estamos “arrumados”. Paulo será lembrado sempre por todos nós, como bem disse Miguezim Lucena, o rei do trabuco e da caneta, que nunca morreu nem tem inveja de quem morre. Faço minhas as palavras do poeta inglês John Donne quando diz que nenhum homem é uma ilha, cada pessoa que morre, um pedaço da gente vai junto. Senti isso com a morte de Paulo. E como disse Humberto de Almeida, acho que chorei um pouco. Esse homem gauche na vida, guerrilheiro romântico da América Latíndia, do dessertão das princesas, como eu amava esse sujeito underground chamado Paulo. Puta que pariu, Tião, não sei por que a gente morre! Portanto, nunca pergunte por quem os sinos dobram. ELES DOBRAM POR TI.

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