Memórias

A “RUA GRANDE” QUE CONHECÍ.

18 de novembro de 2019

Por Domingos Sávio Maximiano Roberto

Passeando pela minha memória, a exemplo do que escrevi sobre a “Rua Nova”, hoje resolvi rememorizar o casario e os moradores da “Rua Grande” de antanho. É aquela, se não a mais antiga (a Rua mais antiga de Princesa é a “Rua Major Feliciano”), a principal artéria da cidade. Ali aconteceram coisas várias e relevantes; residiram pessoas de alta importância; funcionou e funciona, até hoje, como o centro comercial de Princesa e, portanto, se constitui a mais importante rua da nossa cidade.

Do lado direito de quem desce…

Começamos pela hoje esquina de “Zé Galego”. Ali, funcionava a bodega de João Rosas, procedida pela mesma atividade que foi comandada por “Vavá de Fófa” e, agora, por “Zé Galego”, o que já se completa mais de 50 anos. Vizinho à bodega, era a casa de João Rosas e dona Nininha e, hoje, é a bodega dos filhos de “Chico da Várzea”. Em seguida, tínhamos o Cartório de “seu” Marçal Lima e sua casa ao lado que depois virou a sorveteria de Elizeu Pires. Encostado, existia um sobrado onde morou Cláudio Pinheiro; as “Pi

ntos” e, antes de ser destruído, funcionou como o hotel de dona Corina. Em seguida, a casa de Miguel Rodrigues que depois foi também residência de Veri Virgulino. Pegado, existia um prédio com uma fileira de portas amarelas que abrigava a casa de “seu” Pedro Crente e, ao lado, o hotel (café) de Amália Gregório. Vizinha, estava a casa da “moça velha”, dona Maria Liberalquino, exímia artesã no fazimento de flores artificiais. Depois daí, o consultório odontológico de doutor Paulo Frazão seguido da casa que pertenceu ao patriarca da família “Frazão”, o major José Frazão, onde morava sua viúva, dona Ana. Encostada, estava a farmácia de José Frazão Filho, onde sua irmã Rosinha (que faleceu precocemente) trabalhava e nos presenteava com os frascos de penicilina, vazios, que nós transformávamos em soldados de brinquedo. Continuando a descida, encontrávamos a mercearia de Mirô Arruda, pegada à loja de Hermes Maia, que comercializa tecidos. Depois, a loja de Guilherme Maia, onde se vendia utensílios domésticos. Encostado a essa loja estava o bar de Zé França seguido da loja de tecidos de Toinho Samuel, casado com dona Nanete. Nesse local, funcionaram também mais tarde, as lojas de tecidos de Zé Pires e, depois a de Elizeu Pires. Esses três comerciantes residiram com suas famílias na casa existente ao lado da referida loja. Em seguida, o escritório da COBAL que era gerido por Cícero Marrocos, onde funcionou, depois, a farmácia de Edezel Frazão e, vizinho, a residência e o café de dona Hosana Sitônio. Foi nesse imóvel que funcionou o primeiro Conselho Municipal (Câmara Municipal) de Princesa. Continuando a descida, deparávamo-nos com um quartinho que abrigava a sapataria de “seu” Apolônio Campos, seguido de sua residência. Pegado à Apolônio, uma pequena casa onde moraram muitos, porém, lembro-me apenas de padrinho Expedito e “Maíta” e Pedro Sobreira e dona Amanda Duarte. No que hoje é a esquina da Rua “Ferreirão”, estava a casa de Jandira Góis onde morou também o antológico Zé Gois. No que hoje é a rua da galeria, existia uma casa – que foi demolida no governo do prefeito Chico Sobreira, nos anos 70 -, onde nasceu o ilustre princesense Oswaldo Travassos de Medeiros – sem dúvida o oftalmologista mais famoso da Paraíba. Onde hoje funciona a galeria, era a residência do coronel Marçal Florentino Diniz – sogro do coronel Zé Pereira – e se constitui o imóvel mais emblemático de Princesa por ostentar, ainda hoje, sua fachada ornamentada com azulejos portugueses. Ali residiu também o sargento Armando; funcionou por longo tempo, a Rádio Princesa e morou o ex-prefeito Assis Maria. Hoje, com seu interior totalmente descaracterizado, está ali instalada uma galeria de lojas. Em seguida, a casa onde moraram Abrão de Barros Diniz e Carminha Pires. Pegado a essa casa, existia um chalé onde residiram alguns juízes e promotores à exemplo do doutor Bento, onde hoje é a farmácia de “Mano”. Depois, estava a padaria de Chico Sobreira que depois pertenceu a Chico Antas e hoje acolhe uma loja, tendo ao lado, a casa onde mora dona Neves Salvador. Vizinho estava um salão – pertencente ao meu pai -, onde funcionavam várias mesas de sinuca e bilhar. Ali também funcionou, por algum tempo, o Fórum e o Clube Recreativo Princesense. Em seguida, a casa do grande músico e compositor princesense, Manoel Marrocos. Depois, a casa onde moraram Aparício Duarte e Celina, seguida da casa de “seu” Dezinho. Continuando a descida, encontrávamos a residência de “Dudu”, minha prima legítima e mãe da saudosa Chiquinha e seus irmãos: João, Chico, Geraldo, Tatá e Seleide. Encostado a Dudu, a casa de Moisés Duarte e, em seguida a residência do coletor Mirabeau Lacerda e dona “Titica”. Na esquina, a casa e a lanchonete de outra prima, Odívia Maximiano, onde eram servidos doces de vários tipos, saladas de frutas e picolés enfiados em palitos de dentes. Uma rua separava a casa de Odívia da bodega de Adauto Duarte. Depois, o que eu me lembro, o “Bar do Bode” de Dão Mandú e Ana. Ao lado, a lanchonete de Miguel Severo, onde hoje funciona o Cartório do 2º Ofício. Encostado, existia um grande imóvel que abrigou o chamado “Hotel de dona Isaura”, avó de Coimbra Maia. Vizinho, a casa de Neco Estima e, finalizando esse lado da “Rua Grande”, a residência do ex-vice-prefeito Miron Maia.

O outro lado da “Rua Grande”

Começava com a “Padaria Borborema” pertencente ao senhor Rafael Rosas. A bem da verdade faço aqui um interregno de mais ou menos três imóveis que não lembro. Seguindo, encontro a casa e a oficina do artesão Joaquim Gomes, onde fabricava silos de zinco. Vizinho estava o primeiro posto de combustíveis de Princesa: a “Bomba de Zé de Horácio”. Ao lado, a casa do comerciante Waldemar Abrantes, seguido de sua loja de tecidos. Atravessando a “Rua Juarez Távora”, encontrávamos, na esquina, o prédio onde funcionou um clube social e, posteriormente o Fórum e onde hoje está instalado o Ministério Público Estadual. Logo ao lado, o Cartório de João Barros, que pertenceu antes ao tabelião Zacharias Sitônio. Pegado ao cartório, estava casa do comerciante do ramo de tecidos e ex-vereador, o senhor Antônio Carlos Costa. Vizinho, morou Zé Taenga e, em seguida, a casa do comerciante Orlando Parajara Duarte, onde funcionou também, nos idos dos anos 1950, o ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”. Encostada, estava a casa de Hermes Maia que depois abrigou Arlindo Silva e dona Ana de Arlindo. Imediatamente adiante, estava a casa de Toinho de Frade e dona Luísa Diniz. Vizinho, a majestosa casa de “seu” Manezim Pereira, pegada ao sobrado de Chiquinho e seguido do sobrado onde morou o ex-prefeito Antônio Maia. Continuando a subida, estava a casa do Coronel José Pereira Lima que, vendida aos frades Carmelitas, transformou-se num prédio para abrigar o cinema e o Convento daqueles frades, o que ainda hoje existe. Vizinho estava a casa de Elizeu Patriota seguida da residência do japonês Eiji Kumamoto. Encostado a esta, encontrávamos a casa em que morou “seu” Manoel Cardoso, depois, dona Antônia Gastão e, por fim, Miguel Rodrigues e dona Juanita Cardoso. Na esquina onde funciona hoje o “Botequim”, era a loja de tecidos do meu pai, o major “Nequinho” e, depois, a loja de Miguel Rodrigues. Atravessando a rua encontrávamos a então chamada “Casa de Feira”, um grande imóvel solteiro de vizinhos onde funcionava o que pode-se dizer: o shopping Center de Princesa, pois, ali se instalavam: a loja de miudezas e João França, o hotel de “João do Guirra”; a loja de Marçal Brabo; o bar de Chico França, dentre outros estabelecimentos comerciais de que não lembro. Para terminar, tínhamos a antiga igreja Matriz que foi criminosamente demolida e instalada, em seu lugar, a Praça Coronel José Pereira Lima. Para deleite dos saudosistas, está aí mais uma descrição que traz à nossa memória um retrato da Princesa do passado mais recente.

Do Blog de Dominguinhos

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1 Comentário

  • Reply EDGAR 18 de novembro de 2019 at 22:56

    Belo e preciso relato, entretanto esqueceu da casa de Dr. Ciço.

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