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Alguém precisa resgatar a história dos verdadeiros heróis da guerra de Princesa

25 de dezembro de 2024

As pessoas que escreveram sobre a guerra de Princesa – eu sou uma delas – se preocuparam em enaltecer as figuras do coronel José Pereira e do presidente João Pessoa, esquecendo, de propósito ou por covardia, de falar sobre os mortos em combate.

E não foram poucos os que morreram.

Dizem que tombaram, na refrega de seis meses, mais combatentes do que pracinhas na segunda guerra mundial.

Ou será que alguém tem a coragem de dizer que não morreu gente do coronel Zé Pereira na guerra de 30?

Morreu de ruma, de tuia, só que ninguém fala.

Preferem, os narradores da história, enfocar a figura do coronel e a antipatia de João Pessoa. E ambos, segundo se sabe, não deram um tiro.

José Pereira ficou em Princesa, protegido por 2.700 homens bem armados, recebendo armas e munição do Governo Federal e dinheiro dos financiadores pernambucanos, que era buscado quinzenalmente pelo japonês Eije Kumamoto na estação ferroviária de Arcoverde e de lá levado para o front, onde se fazia o pagamento aos combatentes.

João Pessoa amargava o liseu e a falta de apoio do Governo central, mas não arribava dos limites do Palácio, de onde acompanhava o desenrolar da luta. Na única vez que saiu da clausura, foi morto a tiros por João Dantas numa confeitaria de Recife.

Os soldados mortos, os cabras de Zé Pereira que tombaram, permanecem enterrados em covas rasas e sumidos da memória do povo.

Um resgate desses heróis (ou seriam inocentes úteis?) precisa ser feito.

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3 Comentários

  • Reply Bismarck Martins de Oliveira 25 de dezembro de 2024 at 20:15

    Isso mesmo!
    Sem falar das dezenas de praças, grande parte delas meros contratados, sem nenhum treinamento ou experiência militar, que eram mandados para a “frente de batalha”, para enfrentar cangaceiros arregimentados, contumazes assassinos, sedentos de sangue, que os abriam como arribaçãns na bebida, a exemplo da ‘hecatombe de Água Branca’, onde aproximadamente 160 praças foram emboscado e massacrados (até hoje não se sabe ainda quantos foram e quem eram)!
    Realmente, ilustre cronista, essa história precisa ser escrita!
    Um forte abraço e FELIZ NATAL!🙏🤝

  • Reply Edmundo dos Santos Costa 26 de dezembro de 2024 at 07:58

    LAMENTAVELMENTE A “HISTÓRIA” É SEMPRE FAVORÁVEL A QUEM PODE REMUNERAR OS SEUS ESCRIBAS E QUANDO ALGUÉM SE EXFORÇA POR CONDUZIR À OPINIÃO, FATOS E CRCUNSTÂNCIAS CONFORME OCORRIDOS, IMDEIATAMENTE É CONDUZIDO AO CORROSIVO PROCESSO DE BOICOTE. ISSO OCORRE, AO QUE PARECE, EM TODOS AS ÁREAS DO CONHECIMENTO, DESDE A PESEUDO CÁTEDRA, NAS FALSIFICANTES ACADEMIAS, PASSANDO PELAS RELIGIÕES, MEDICINA E DIREITO. O QUE IMPORTA “ESTORIAR” SÃO OS EVENTOS QUE, INDEPENDENTEMENTE DE CONTEÚDO EDIFICADOS PELA VERDADE, SÃO MAIS CHAMATIVOS E VENAIS. NA IMPRENSA, COM POUQUÍSSIMAS EXCEÇÕES, SÃO OBSERVADOS “PROFISSIONAIS” QUE SE AUTOINTITULAM FORMADORES DE OPINIÃO. EM VERDADE NÃO PASSAM DE DEFORMADORES REMUNERADOS DE OCORRÊNCIAS COM A MERA FINALIDADE DE PROMOVER A DETURPAÇÃO OPINATIVA. CAUSA TRISTEZA SE VER OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO QUE, EM ÚLTIMA ANÁLISE SÃO CONCESSÕES DA POPULAÇÃO AO INTERESSE PRIVADO, SENDO UTILIZADOS PARA ENGANAR O PÚBLICO E TORNÁ-LO DÓCIL E RECEPTIVO ÀS INICIATIVAS QUE CONTRARIAM SEUS PRÓPRIOS INTERESSES. HÁ PROPAGANDAS ENGANOSAS EMBALADAS COM O PAPEL ESCARLATE DA MENTIRA, AGREDINDO ATÉ MESMO O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, NO TRATO COM O DEVER DE DIVULGAÇÕES QUE POSSAM LEVAR SEUS DESTINATÁRIOS AO ENGANO. NESSES DIAS DE NATAL E ANO NOVO, NEM SE FALA. PARA FINDAR ESSA “LADAINHA” E AO ENSEJO DO MOMENTO DE FAZ DE CONTA, INDICO A POESIA DE MANOEL CLEMENTINO QUE REFERE AO RIDÍCULO PAPAI NOEL E À RIDICULARIZADA POPULAÇÃO INFANTIL OU ADULTA QUANDO O ASSUNTO É O RÔ-RÔ-RÔ

  • Reply EDGAR 26 de dezembro de 2024 at 10:04

    Tião Lucena, taí um ótimo tema para você escrever mais um livro . A pesquisa vai dar muito trabalho, mas, vale à pena !!!

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