Visitei o túmulo de Tancredo Neves em São João Del Rei. Um túmulo simples, de granito. Ele está ao lado de Dona Risolta, sua esposa, igualmente guardada em túmulo com a mesma simplicidade. O cemitério também é simples, fica nos fundos de uma bela igreja. Para visitá-los tem que passar por uma portaria onde lhe cobram um pequeno valor. Esse dinheiro é para a manutenção da igreja e do cemitério, bem cuidado, limpo e cheio de jazigos sem pompas, sem muitos enfeites.
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Tancredo foi deputado, senador, ministro, primeiro-ministro e morreu presidente da república. A sua eleição, mesmo indireta, pôs um fim a ditadura de 20 anos que atormentou e envergonhou o Brasil. Não chegou a tomar posse, a diverticulite mal-cuidada o levou ao túmulo.
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Mais tarde visitei o Solar dos Neves, também em São João Del Rei. Casarão lindo, pomposo, preservado, retrata uma época de poder e glória da família liderada pelo saudoso presidente.
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Hoje de portas fechadas, atrai turistas curiosos que são levados até ele movidos pelo desejo de conhecer a vida do ex-presidente.
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Tanto no cemitério quanto diante do Solar dos Neves refiz a leitura sobre a finitude da vida. Ela passa para todos. Por mais poder que você tenha, ele, o poder, acaba debaixo de sete palmos. E se você tiver sorte, ganha um túmulo de granito com as inscrições do seu nome.
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Também ali está dito que não há poder que sempre dure. Ele acaba mais dia, menos dia. E o todo poderoso, quando não morre, é recolhido ao ocaso, se fez o bem quando esteve no poder, pode permanecer na lembrança dos seus amigos, se fez o mal vai pra vala dos comuns.
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Tancredo foi um homem bom, por isso o visitam no cemitério simples e sem pompas de São João Del Rei. Outros que não foram ou não são bons hão de passar para o esgoto da história como personagens que se foram e não fazem falta.
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E como diz João Costa, “assim caminha a humanidade”.
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Voltando à vala comum da terra amada, assim que abri a janela o passarinho fofoqueiro apareceu para garantir: Cícero Lucena é candidatíssimo, vai trocar de partido, João Azevedo fica no governo e, se Cícero for eleito, tentará a Prefeitura de João Pessoa.
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Eu não boto a mão no fogo nem avalizo conversa de passarinho. Apenas repasso.
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Macron, o presidente da França, apanhou da mulher. E nem chamou a puliça. Acho que na França não existe a Lei Chico da Penha.
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Mas o diligente Miguezim de Princesa não deixou o acontecido passar em branco:
I
Macron vinha fazendo birra
Na viagem de avião,
Só pirraçando Brigite,
Quando ela disse “não,
Se comporte, seu menino!”,
E deu-lhe o maior tapão.
II
Macron tentou disfarçar,
Mas, ao descer do avião,
Sorrindo, ele e Brigite,
O repórter Zé Furão
Percebeu na cara dele
Os cinco dedos da mão.
III
Logo um assessor babão,
Chamado Mané Leroy,
Encostou-se no repórter:
“Esse amor ninguém destrói,
Não publique nada, não,
Tapinha de amor não dói”.
IV
O vídeo viralizou
No TikTok e no X,
Com a legenda em francês:
“C’est l’amour qui fait les nex!”
E o povo riu seguindo
O remix do DJ Flex.
V
Brigite soltou um riso
Na coletiva em Paris:
“Às vezes o presidente
Precisa levar um bis.
Quem manda brincar de fofo
Com cara de aprendiz?”
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E o amor continua lindro, mesmo sendo de vrido.
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Inté.
1 Comentário
https://youtu.be/RtaD88DP4gc?si=JeeupO03KnMFJhJO
Tião, acima o link do poema que Ferreira Gullar escreveu para Tancredo. Vale conferir.