Assessores ricardistas

Uma ilustre jornalista que trabalha para um portal governista criou o termo “assessores ricardistas” para ilustrar um texto que escreveu para defender o governador de plantão.

Não sabia que Ricardo Coutinho tinha assessores.

Nessa altura do campeonato, sem mandato, sem dinheiro, dependendo da ajuda de amigos para tocar a campanha, é um luxo ter assessores.

Mas o danado é que ele os tem.

Assessores que trabalham de graça, sem olhar o vil metal que tanto seduz os que alugam suas penas ao poderoso da hora.

Que na verdade deveriam ser chamados de amigos.

Poucos, convém dizer.

Mas verdadeiros, que lá estavam quando a fila de “amigos” dobrava quarteirões e continuaram no mesmo lugar depois que a fila se transferiu para o amigo mais poderoso.

Eu sou um deles. Assessor, se quiserem chamar, mas acima de tudo amigo.

Certa vez, quando Ricardo ainda era governador, eu me atrevi a lhe dizer que ficaria com o encargo de fechar a porta e lhe devolver a chave, quando o último dos seus amigos virasse as costas.

Não fiz isso, mas tirei um fino.

Outros ficaram. Jornalistas, pouquíssimos, mas amigos que se oferecem para levar adiante a mensagem do maior governador que já passou pelo Palácio da Redenção e desfazer as sacanagens preparadas por certos escribas, que, até recentemente, viviam a chamar Ricardo de grande líder, tampa de cruxe, destemido governante e incomparável administrador.

E vamos ficar, porque o nosso passe não tem preço nem tabela, é invendável e imexível igual a filha de Dona Maroca, aquela que “não se vende, nem se troca”.