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Bolsonaro abandona Collor

29 de abril de 2025

Preso na última sexta-feira (26), o ex-presidente Fernando Collor de Mello reviveu os holofotes da política brasileira não por protagonismo, mas pelo silêncio que sua detenção provocou entre antigos aliados. A notícia, de acordo com Bernardo Mello Franco, no O Globo, expõe um dos mais profundos isolamentos já enfrentados por um ex-ocupante do Palácio do Planalto desde a redemocratização do país.

Desde sua derrota nas eleições para o governo de Alagoas em 2022, o ex-presidente viu sua base política desmoronar. A prisão não só intensificou esse quadro como resultou em sua expulsão do PRD, partido ao qual estava filiado, além de reações discretas — ou ausentes — de seus poucos aliados restantes.

Em sua última tentativa eleitoral, Collor tentou reviver os tempos de glória ao disputar o governo alagoano, cargo que o projetou nacionalmente em 1989. Contudo, obteve apenas cerca de 14% dos votos válidos — seu pior desempenho em décadas. À época, buscou apoio do então presidente Jair Bolsonaro, declarando:

 “O presidente Bolsonaro é um grande parceiro de Alagoas e do Nordeste. Por isso e pelas bandeiras que ele defende, sou pela sua reeleição e pelo diálogo permanente entre o estado e o governo federal”.

Apesar da deferência, Bolsonaro evitou associar sua imagem à de Collor, que enfrentava resistência do grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), influente no estado.

No pleito de 2022, Collor contou com o apoio isolado do prefeito de Limoeiro de Anadia, Marlan Ferreira (PP) — único município onde venceu. Após a prisão, Ferreira não se manifestou publicamente. O mesmo silêncio foi mantido por Fernando Lyra Collor, sobrinho do ex-presidente e candidato a vereador por Maceió no ano passado, que fracassou nas urnas com apenas 569 votos.

O PRD, por sua vez, anunciou o desligamento de Collor em nota oficial, ressaltando que o ex-presidente “não interferia nas decisões da legenda”. Fred Costa (MG), líder do partido na Câmara, foi ainda mais direto:

 “Ele havia passado despercebido”.

A queda de Collor encerra um ciclo de quase 40 anos de presença intermitente na política nacional e estadual. Com um passado que o colocou como símbolo de modernização nos anos 1990, mas também de frustrações institucionais, o ex-presidente hoje enfrenta não apenas as consequências jurídicas de seus atos, mas o ostracismo político — talvez o mais duro de seus julgamentos.

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5 Comentários

  • Reply Paulo 29 de abril de 2025 at 09:39

    Collor, Braga Neto, Cid e Heleno vao aprodecer na cadeia. Bolsonario abandona seus companheiros.

  • Reply Aldeci 29 de abril de 2025 at 10:54

    É como diz o ditado, todo castigo pra babão é pouco.

    • Reply Pinot 29 de abril de 2025 at 13:07

      O ALVO PRINCIPAL É O BOZO, o chefe da quadrilha, prendeu o chefe, depois vamos capturando o restante do meliantes!

  • Reply Pinot 29 de abril de 2025 at 14:21

    O bozo é um COVARDE, foi expulso do EXÉRCITO, é miliciano, corrupto, ladrão d3 joias e golpista, quer mais, Ou tá pouco?

  • Reply Edmundo dos Santos Costa 29 de abril de 2025 at 14:33

    ABANDONAM AGORA PARA FUTURO REENCONTRO. ADIVINHEM ONDE …

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