opinião

Brancos e de bem

9 de janeiro de 2023

 

Albiege Fernandes

O Brasil mostrou sua inquestionável fragilidade. Desde o 30 de outubro do ano passado, governadores de estados dão guarida aos terroristas acampados por todo o país. As PMs davam toda a proteção a essa gestação da serpente travestida de vagabundagem patriótica. Homens e mulheres brancos, de classe média, alguns intelectuais, deixaram suas moradas para, em regime integral ou por revezamento, chocarem o ovo do golpe.
O Brasil é um país miscigenado com maioria de pardos ou pretos. Com esmagadora maioria que vive de salário mínimo ou na informalidade, de “bicos”, amontoados em casas com três, quatro, até dez ou mais pessoas e em bairros de periferia. Sem saúde nem segurança pública. Qualquer um desses brasileiros leva cacete da polícia por qualquer ato que a polícia julgue irregular. Pode ser estar segurando um pedaço de pau ou pilotar uma moto sem capacete. A PM mata sem dó e passando por cima da lei. Mesmo assim, os pretos, os favelados, os excluídos, jamais ousaram tamanho arbítrio, gigantesca ousadia destrutiva: a invasão da capital federal.
No entanto, por mais de 60 dias, brancos e remediados emporcalharam as ruas do país com seus excrementos, treinaram para invadir os prédios públicos na capital federal, cantaram hinos militares 24h por dia e nenhuma autoridade os incomodou. Em vez disso, deu-lhes proteção. Aqui em João Pessoa até o órgão municipal de trânsito empenhou-se em organizar o espaço da rua para proteger a vagabundagem.
Ontem, o ovo eclodiu. A serpente rastejou milhares de quilômetros de todas as regiões do país em direção ao centro do poder sem ser incomodada. Incólume, altiva, com ar de dona do pedaço. Ou lhe cortam a cabeça, ou novos ovos serão chocados. A céu aberto e sob a proteção das instituições que existem para coibi-las.

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1 Comentário

  • Reply Jackson, Serra Branca - PB 9 de janeiro de 2023 at 11:49

    Eu acho interessante que essa gangue que participou dessa baderna em Brasília se autointitula de “homens e mulheres de bem”. Não passam de bandidos vestidos de amarelo. A cadeia para isso é pesada e esperamos uma pena exemplar para essas figuras abjetas.

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