Ciro: um ego em agonia permanente

 

Por: Aldo Ribeiro – Economista e progressista

 

Alguém assistiu ao pseudo-debate entre Ciro Gomes e Gregório Duvivier realizado na última sexta-feira, 20/05? Quem assistiu, lamento profundamente por todos nós. Quem não assistiu, aconselho continuar sem assistir. Desde os ciristas convictos até aos que ainda pensam em dar uma chance pro Ciro no 1º turno das eleições de Outubro.

Não houve debate. Houve um monólogo constrangedor travestido de palanque. Sem mediador, e com o debate sendo organizado pelas plataformas do candidato à presidência da república, o que se viu foi um espetáculo grotesco cheio de interrupções nas falas, ataques gratuitos, tipo “sua assessoria é um cocô”, e um Ciro Gomes com um ego muito maior do que as intenções de voto nele. Votei nele em 2018. Gosto das suas ideias. Ainda acho que há boa vontade de sua parte em querer mudar a matriz de desenvolvimento do país. Mas não se governa um país tão complexo como o Brasil somente com ideias. É preciso saber fazer política. Por mais que esse adjetivo tenha sido fortemente depreciado nos últimos tempos, só vence eleição e governa um país quem faz política. Quem republicanamente ouve, quem acorda e quem apara arestas.

Ciro virou um kamikaze. Um Exército de um Homem Só. Desde que entrou nessa piração tresloucada de atacar o Lulopetismo (expressão do próprio) pensando em angariar votos dos extremistas de direita, só derrete. E o pior: transformou-se num braço do bolsonarismo. Fica a pergunta: quem teve a “ideia genial” de que atacar o PT e o Lula, atrairia votos da esquerda e da extrema-direita? Quem é mesmo que tem uma assessoria/marketeiro cocô?

Ciro sairá desse processo menor do que entrou. Independente de desistir ou não da candidatura, que sim, seria um ato desprendimento e espírito público, face a convulsão política e social que vive o país. Tudo indica que teremos as eleições mais violentas da história. Mas o ego em agonia permanente do Ciro não o deixa calçar as sandálias do bom senso.

Uma pena. Ciro é um desperdício de inteligência. A agenda que o país clama, é diálogo. A volta do respeito as regras do jogo democrático. Do respeito às instituições. Ciro não tem essa característica. E quer saber? O Lula tem.