Frutuoso Chaves
Postagens sucessivas, via rede social, lembram o transcurso, neste 31 de julho, do Dia Internacional do Orgasmo. Não sei se há muita gente por aí a celebrar a data com festa e foguetório. Basta ver que a pandemia não apenas tem obrigado o mundo inteiro ao uso de máscaras como ainda tem dele exigido a reclusão.
Trocando em miúdos: não pipocam girândolas para essas ocasiões no santo recesso do lar, a não ser, talvez, entre recém-casados. Décadas de contas a pagar, doença de menino, arenga de mulher e marido, cobranças do banco, ou da escola, são coisas que diminuem o fogo do restante dos mortais. Já para os soltos e soltas na vida, o Corona tem reduzido a circulação e, desse modo, as oportunidades.
Li que o Dia do Orgasmo é coisa para inglês ver. Ou seja, é criação de donos de sex shops londrinos interessados em aumentar as vendas. A ideia, lançada em 1999, logo tomaria conta de quase todo o Planeta. Até porque fora também pensada a fim de animar o debate de um fenômeno gritante: a dificuldade de chegar lá enfrentada, estatisticamente, por 60% das mulheres ocidentais.
Seja como for, o 31 de Julho, assim observado, me lembra a velha piada do casal de idosos saído do interior para consulta ao ginecologista. Coisa antiga, do tempo daquele plano hospitalar que a Unimed matou ao exigir a exclusividade de seus profissionais: era um ou outro.
Pois bem, a esposa entrou sozinha na sala, ficando o marido no corredor. Em dado momento da consulta, o médico pergunta se aquela senhora tinha orgasmo. Sem ligar o nome à pessoa, ela entreabre a porta e grita: “Querido, nós temos orgasmo?”. Resposta: “Temos não. A gente tem Hosplan”.
Na ilustração, cena antológica com Meg Ryan, no filme “Harry e Sally”. Sua personagem discutia, em um restaurante, com um amigo (Billy Crystal), a quem pretendia convencer de que a mulher é capaz de enganar o homem em matéria de orgasmo. Seus gemidos chamam a atenção dos circunstantes. Assim que ambos estão para deixar o recinto, a garçonete se aproxima de uma cliente de meia idade: “Deseja comer o quê?”. E ouviu: “O mesmo que ela”.
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