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Dinheiro “aviceia”, como dizia Cumpade Ruscano

19 de maio de 2025

Miguel Lucena

Alberto das Artes, patriota armorial, arrecadou R$ 18 milhões numa campanha pela salvação estética da pátria – com direito a aboio, pífano e cordel em NFT. Virou celebridade de canga e tamanco. Mas como dinheiro é bicho tinhoso, danou-se a gastar: comprou jumento de estimação, mandou esculpir sua imagem em um tronco de umbuzeiro e investiu em criptomoeda batizada de Capitócoin.

Meses depois, restavam-lhe apenas R$ 9 milhões — e um fiado de tapioca no bar de Zé Bugiganga. Em crise existencial e bancária, desabafou com Cumpade Ruscano:

— Tô arruinado, homi!

Ruscano, que ostentava R$ 2 mil no bolso (e mais umas notas cenográficas de cigarro para dar volume), não se conteve:

— Alberto é fresco demais. Eu me achando próspero e ele aperreado com nove milhão na conta. Isso é que dá viver de pix dos outros. Dinheiro, meu amigo, “aviceia”. Quando entra muito, vira patrão, toma conta, some no mundo e ainda deixa a gente com fama de doido.

E foi-se comer um pastel fiado, filosofando: rico é quem deve menos.

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