Por Hilton Gouveia
Os personagens dessa história são verdadeiros e ainda vivem, aqui, em Rio Tinto – PB, a 50 Km de João Pessoa.
Isaac Paixão, seu irmão Abraão e os amigos Bira e o popular Papuicha, resolveram pescar em alto mar, escolhendo, como base, um isolado rochedo da Praia de Campina.
Chamaram um experiente barqueiro local e rumaram para esta aventura atlântica. Na bagagem ia uma garrafa de cana, um lanche improvisado e um tamborete, além de anzóis .
Calcularam o tempo de a maré subir e marcaram a hora para o barqueiro retornar para o resgate.
Mas Isaac notou que a maré estava subindo antes do prazo previsto. E que, embora já fosse tempo do barqueiro chegar, ele não havia aparecido.
Papuicha, um lobo do mar experiente, olhava o horizonte desolado. A água já estava quase nos joelhos e o rochedo sumindo a cada repuxo das ondas.
Decisão de Isaac: nadar! Mas, para onde ? A Leste, o infinito horizontal apontava para a África. A Oeste, o local mais perto era o habitat do Peixe-boi a… uns 5 Km de distância…
Ao Sul, ninguém divisava, no horizonte, a figura salvadora do barqueiro.
O desespero se espalhou. Outra olhada de Bira para as bandas, revela, longe, uma figura semelhante a uma caixa de fósforos. Era o barqueiro que vinha em busca dos náufragos. Todos subiram a bordo e o barco foi tocado de volta para a terra firme.
Resultado da pesca: um pequeno baiacu venenoso e um grande susto. O tubo de cana permaneceu fechado.
O medo não deixou ninguém beber …
Os personagens dessa reportagem possuem, hoje, idade média de 72 anos. Todos são aposentados e bem conceituados em Rio Tinto.
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