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Hospital de Trauma afasta médicos que negaram atendimento à mulher que morreu queimada

25 de março de 2024

O Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa afastou dois médicos que atuaram no atendimento de Chayane Alves, mulher que teve 75% do corpo queimado, ficou internada durante quase sete meses na unidade e acabou morrendo após ter alta. O afastamento foi confirmado pelo diretor da unidade, Laércio Bragante, em entrevista à rádio CBN Paraíba.

De acordo com o diretor do Trauma, a mulher apresentou sintomas de mal-estar e também dificuldade de respiração no sábado (16) e procurou o hospital. Ao chegar na unidade em que ela havia ficado internada e ainda fazia tratamentos diários de trocas de curativos na pele por conta da queimadura, um médico a encaminhou para o Hospital de Cabedelo. O médico que a encaminhou para a cidade vizinha foi afastado.

“Um dos atendimentos no último sábado (16), foi quando ela esteve lá se queixando por mal-estar e dificuldade respiratória. Foi feita uma avaliação inicial e como o quadro não demonstrava gravidade, ela foi encaminhada para o Hospital de Cabedelo, já que ela residia provisoriamente em um local também em Cabedelo”, disse.

Ainda de acordo com o diretor, o hospital em Cabedelo pediu a retransferência da mulher no domingo (17), porque houve complicações em relação à situação respiratória de Chayane Alves. Um médico do Trauma respondeu a solicitação de transferência de forma negativa, dizendo que ela deveria continuar na unidade em que estava. Esse médico também foi afastado.

“No dia seguinte (domingo), mais uma vez o Hospital de Cabedelo solicitou o retorno dela ao Trauma, dada alguma complicação respiratória. O médico que atendeu o pedido do Hospital de Cabedelo, certamente, não teve a perspicácia, a avaliação mais detalhada, de algum dado mais formado que pudesse denotar a gravidade do caso e disse que ela deveria continuar sendo atendida em Cabedelo”, disse.

Os afastamentos, conforme o diretor da unidade em João Pessoa afirmou, têm como finalidade “avaliar as possibilidades de falhas relacionadas ao atendimento”. Por conta disso, uma sindicância interna em relação aos médicos foi instaurada.

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