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Ivone Lara, a Dama do Samba, morre no Rio aos 97 anos

17 de abril de 2018
Guto Costa/Reprodução
GUTO COSTA/REPRODUÇÃO

O mundo do samba ficou mais triste na noite desta segunda-feira (16/4). Morreu, aos 97 anos, no Rio de Janeiro, Dona Ivone Lara. A cantora estava internada em um hospital particular do Leblon e tentava se recuperar de uma anemia, mas não resistiu.

Além do legado musical, ela entrou para a história como a primeira mulher a compor uma letra para escola de samba-enredo, em 1965. Foi ao som de Os Cinco Bailes da História do Rio que a Império Serrano desfilou no Carnaval que homenageou os 400 anos do Rio.

Sucessos
Ao longo da carreira, Dona Ivone Lara colecionou sucessos. O mais estrondoso deles, que atravessou gerações e ainda permanece no auge é Sonho Meu, uma composição dela em parceria com Décio Luiz. Pela voz dela, outros sambas caíram na boca do povo, como Acreditar, Tiê, Tendência, Sorriso Negro e tantas outras.

Maria Betânia, Clara Nunes, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Diogo Nogueira, Elba Ramalho, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Vanessa da Mara, Teresa Cristina, Leci Brandão, Paulinho da Viola e Alcione estão entre alguns dos músicos que gravaram canções compostas pela também chamada de Diva do Samba.

A popularidade de Dona Ivone no Brasil chegou aos quatro cantos do mundo, levando-a  a se apresentar na África, nos Estados Unidos (EUA) e em alguns países da Europa.

Luta contra o machismo
Em 27 de março de 2016, o Metrópoles contou em detalhes a trajetória da sambista. Nos anos 1940, Dona Ivone escreveu os primeiros sambas-enredo e partidos-alto. Naquela época, o machismo era mais forte do que nos dias atuais e ela precisou buscar uma solução para que seus sambas fossem cantados na quadra da agremiação Prazer da Serrinha. A saída foi entregar as músicas para o primo Fuleiro, que interpretou as composições como se fossem dele.

Em 1965, o ambiente predominantemente masculino das escolas de samba começou a mudar. Dona Ivone ingressou na Ala de Compositores da Império Serrano. De lá pra cá, ela tornou-se madrinha da ala dos compositores de sua escola de coração (que fez dela enredo em 2012 com (“Dona Ivone Lara: Enredo do meu samba”).

Recentemente, um dos tributos veio em formato de super produção: CDs, DVD, discobiografia, site e livro de partituras com seus sucessos. No “Sambabook Dona Lara”, Leci Brandão, Zélia Duncan e Maria Bethânia cantam “Enredo do Meu Samba”, Tendência” e Sonho Meu”, entre outros sambas emblemáticos da artista.

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