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Jornalistas & jornalistas

15 de novembro de 2022

Dos jornalistas do meu tempo, melhoraram de vida aqueles que encontraram uma segunda profissão. Como jornalistas jamais sairiam do prego, porque as empresas empregadoras nunca pagaram o salário digno aos profissionais de imprensa.

Eu, por exemplo, sobrevivo do meu salário como funcionário público. Chico Pinto se aposentou e, aos 70 anos, enfrenta a luta diária da sobrevivência como comerciante. Meu amigo Rubens Nóbrega, que já foi tudo numa redação de jornal, vive dos proventos de funcionário federal. E assim por diante.

Um dos exemplos de profissional que chegou aonde chegou sem abandonar o batente é Frutuoso Chaves. Aos 76 anos, ainda dá expediente como assessor de imprensa do Tribunal de Contas do Estado.

E outros podem ser citados aqui. Edmilson Lucena não deixou de ser jornalista, mas ganha a vida como servidor qualificado da Câmara Municipal. Meu outro irmão, Miguelzinho, fez concurso público e virou delegado de polícia.

Hoje temos jornalistas que vivem do trabalho como jornalistas e são pobres, trabalham de sol a sol com ética e profissionalismo, porém não têm o merecido reconhecimento.

Há, porém, uma casta de afortunados que, nem bem chegaram, já ficaram ricos.

Moram em coberturas, uns até avião compraram, levam uma vida de nababos e alguns deles já deixaram a condição de empregados para se tornarem empregadores, Châteaubriants tupiniquins.

Não preciso identificá-los, quem é do ramo os conhece.

Sempre estão do lado mais vantajoso, nunca desgrudam de quem está no poder e mudam de lado como quem muda de roupa. Basta sentirem o cheiro da nota de cem para passarem do tango ao frevo, do forró ao brega.

Mas, fazer o que! Se estão aí é porque encontraram espaço, apoios e gente disposta a financiá-los.

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