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Livro conta como Cabral Batista foi preso acusado de tocar fogo no quartel do Exército e quando Damásio Franca foi chamado de comunista

14 de novembro de 2022

O livro do mano Edmilson Lucena, “CMJP – 75 anos”, não é um relato frio e chato da história da Câmara Municipal de João Pessoa. Trata-se de um apanhado histórico narrado de maneira leve e as vezes divertida, que prende o leitor do começo até o fim.

E não venham me dizer que sou suspeito por ser irmão do autor.

De jeito nenhum.

O livro é bom. Tão bom que estou lendo devagar para demorar a acabar.

Vou dar uma colher de chá a você, leitor, para deixá-lo com água na boca.

Descobri, por exemplo, que as contestações ao Tribunal Superior Eleitoral não foram criadas agora por Bolsonaro. Em 1948 o vereador Damásio Franca, revoltado com a decisão do TSE de tirar o prefeito eleito Luiz de Oliveira Lima, da UDN, e botar no seu lugar o derrotado do PSD, Oswaldo Pessoa, foi à tribuna da Câmara apresentar uma moção de protesto contra o Tribunal “por ser indecente e criminoso ao desconhecer a vontade da maioria da população pessoense e julgar com base em interesse subalterno e caudatário da politiquice dos chefes da copa e cozinha do Catete”.

E o que dizer de Cabral Batista, preso duas vezes nesse mesmo ano, uma pelo 15º RI e outra pela Delegacia de Ordem Política e Social! Pois foi. Em janeiro, Cabral foi preso, acusado de tocar fogo no quartel do Exército.  Solto, foi preso de novo por ser flagrado distribuindo o jornal Voz Operária, de orientação comunista, na Lagoa do Parque Solon de Lucena.

O Jornal o Estado da Paraíba chegou a chamar Damásio Franca de comunista por causa da defesa que ele fez de Cabral Batista. E o próprio Cabral se encarregou de esclarecer tudo na sessão do dia 13 de março: Seu colega de bancada não era “vermelho”, e sim, “um legítimo democrata”, ao defender, por dever, a democracia ameaçada “por atos do presidente Gaspar Dutra”.

Como eu disse, estou só no começo. Mas já estou sabendo que daqui pra frente tem muito mais, como, por exemplo, a cassação de Arroxelas, a morte de Napoleão Laureano e a vez em que Enoque Pelágio presidiu os trabalhos de uma sessão.

E quem não quiser aguardar as novidades, corra ao Hotel Globo dia 17 e pegue um exemplar. É de graça.

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