Miguel Lucena
Peguei-me hoje lembrando das noites de prosa em João Pessoa, nas tertúlias com colegas de ofício. Um deles era Djaci Lima, maranhense arretado, repórter político do Jornal O Norte. Levava sempre um revólver 38 na pasta.
— Nenhum mosquito bole com amigo meu! — dizia, olhos faiscando sob os óculos de aro fino.
Depois que me mudei pra Salvador, soube que um cabra se atreveu a investir contra Djaci, no Café São Braz, no Ponto de Cem Réis. Ele puxou o trabuco com ares de Clint Eastwood e disparou a dois metros.
Acertou foi num pacote de café, intacto até aquele instante. O valentão fugiu e o café ficou moído antes da hora.
Era assim meu amigo: mira torta, coragem inteira.
Sem Comentários