opinião

Curiosidades sobre meus colegas

19 de novembro de 2023

Marcos Pires

Machado de Assis foi censor, José de Alencar era contra a abolição, Jorge Amado defendeu Hitler, Graciliano Ramos era… eita que hoje baixou o caboclo destrói reputações. Agora que consegui sua atenção não irei desmentir o anunciado, porém explicarei as afirmações.

Aos fatos.

Machado de Assis foi censor de um órgão criado para avaliar as peças de teatro que poderiam ser encenadas. E censurou sim, aos menos três peças. Mas que censor. Preocupavam-no muito mais as bobagens a serem levadas aos palcos do que eventuais imoralidades.

José de Alencar tinha um raciocínio “abolicionista” que se levado ao conhecimento de qualquer negro não o faria muito simpático a eles. Seu argumento era o de que os africanos formavam uma raça inferior, sendo necessário parar imediatamente com a sua chegada ao Brasil para não prejudicar o futuro do nosso país. Ou seja, era contra a escravidão por motivos absurdos. Ele entendia que todas as grandes civilizações cresciam à custa de escravos, PORÉM (e é incrível esse ponto) achava que os escravos postos em trabalhos forçados tinham acesso à instrução. Tentava provar o argumento com o alto número de escravos que conseguiam comprar a liberdade depois de tanto trabalhar.

Jorge Amado demonstrou simpatia pelo nazismo quando a Alemanha e a União Soviética fecharam um pacto de não agressão. Foi além; virou redator da página de cultura do jornal Meio-dia, que fazia propaganda nazista. Oswald de Andrade contava que foi convidado pelo baiano a escrever um livro em defesa da Alemanha, pelo qual ganharia 30 contos. Recusou. Jorge Amado pulou do barco nazista e no meio da década de 50 também desistiu do ingênuo Stalin.

Porém quem mais me fascinou nessas leituras foi o colega Graciliano Ramos. Pois não é que ele achava o futebol uma moda passageira que jamais pegaria no Brasil? Diz aí, Graça: “Não seria, porventura, melhor exercita-se a mocidade em jogos nacionais…o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo?”. Ele pedia que os jovens resgatassem a queda de braço e a rasteira. “Reabilitassem… o porrete, o cachação, a queda de braço, a corrida a pé, tão útil a um cidadão que se dedica ao arriscado ofício de furtar galinhas, a pega de bois…e melhor que tudo…a rasteira. A rasteira! Este sim é o esporte nacional por excelência!”.

Quanto à rasteira é esporte que os políticos vez por outra aplicam-se com galhardia e competência.

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