opinião

Morto no Nascituro

28 de setembro de 2025

 

Por Chico Pinto Neto

(…) O homem que conhece um fato ou adquire a certeza de coisas de certa importância, tem por obrigação de torná-la pública.
IBN KHALDÚN [1]

Não tenho a mania e nem tampouco o desejo de polemizar, censurar ou agredir pessoa(s) com aquilo que escrevo neste espaço cedido pelo meu amigo/irmão Tião Lucena.

Porém, me sinto na obrigação, como cidadão e usuário, de tecer alguns comentários que não são somente meus a respeito desta controversa ideia do Poder Publico Municipal, de implantar em todas as ruas do centro de João Pessoa um novo programa de estacionamento para veículos.

A iniciativa é válida, mas deixa a desejar por conta da sua forma. Forma esta que visa mais o lucro do que atender de maneira significativa os usuários.

Basta tão somente observar que a expressiva maioria se sente agredida e vilipendiada diante da imposição como está sendo adotada, acarretando reclamações, comentários maldosos, críticas contundentes e, ao mesmo tempo, permite que o local das “plaquinhas” se transforme em espaços desidratados e não atinge os seus objetivos.

O certo seria que o Poder Publico Municipal observasse o expressivo número de vagas obsoletas hoje existentes em todos os horários nas Zonas Azul, o que não era possível antes da adoção deste programa radical.

O que mais se ouve é que os responsáveis deveriam adaptar à forma hoje adotada. Se continuar será um verdadeiro escárnio lucrativo e prejudicial aos usuários.

É assim que a maioria daqueles que ainda se deslocam ao centro da capital vem se sentindo, o que acarreta a diminuição de usuários e os poucos motoristas, que são obrigados por conta do trabalho e outros afins, estão a cada dia evitando este deslocamento.

Diante  deste problema quem arca com os prejuízos são poucos comerciantes, que teimam e insistem em permanecer com suas lojas no centro e adjacências. Tempos atrás, eram procuradas por consumidores habitantes da cidade, visitantes e turistas.

Devido a esta atitude desconexa com a realidade, além dos prejuízos provocados, está acarretando o esvaziamento do Centro Histórico da cidade, dando lugar a todos os tipos de mazelas humanas e sociais.

O contrato feito pela Prefeitura com os exploradores do negócio, talvez por falta de um estudo mais profundo, foi concluído de forma leonina.

O tal contrato permite que o(os) beneficiário(s) fiquem com o bônus, enquanto a população arca com o ônus e o desconforto de pagar por horas determinadas, afora a obrigação de retirar os veículos, após o tempo exigido, sob pena de multas elevadas, além de outros constrangimentos.

Até agora não se conhece o(s) beneficiário(s) explorador(es), qual a temporalidade do contrato, quanto a PMJP arrecada e onde o dinheiro arrecadado é aplicado.

Tudo que é público tem que ser transparente na exata terminologia da palavra, o que se evitaria comentários desairosos e críticas corretas ou inadmissíveis.

É bom que se ressalte que ali não existe quase nenhuma despesa a não ser com as maquinetas de cobranças e com aqueles que as conduzem.

Vários deles, por sinal, só chegam ao trabalho após às 8hs, obrigando que os poucos proprietários que evitam o trânsito e procuram chegar um pouco cedo, aguardem as suas chegadas afim de receberem a cartela, para evitar uma multa no valor de 30 reais.

Acredito, piamente, nos valores pessoais e na capacidade administrativa do prefeito Cícero Lucena, na certeza de que ele determinará novos estudos relacionados ao tema que, em vez de beneficiar apenas os exploradores, trará benefícios técnicos e financeiros plausíveis aos usuários.

Será, assim, que o problema será resolvido, o que acarretará uma solução definitiva e, em vez das críticas contundentes, os aplausos e reconhecimentos virão, para o bem de todos e felicidade da cidade.

Em frente, marche!

[1] Copiado do Livro “Dom Sertão, Dona Seca”, do jornalista e acadêmico Otávio Sitônio Pinto, de saudosa memória.

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