A Justiça aceitou a denúncia contra Daiane dos Santos Farias, de 34 anos, que foi presa após cortar o pênis do marido, em Atibaia, no interior de São Paulo. Ela vai responder por lesão corporal grave, com qualificadora de motivo fútil ou torpe mediante emboscada e emprego de tortura. A mulher alegou que cometeu o crime após ser traída. Já a vítima, Gilberto Nogueira de Oliveira, de 39 anos, detalhou como foi atraída para o crime (entenda mais abaixo).

O caso aconteceu no dia 22 de dezembro do ano passado. Daiane disse que descobriu que seu marido a traía com sua sobrinha de 15 anos e, revoltada, ela decidiu cortar o pênis do homem. No processo, foram incluídas imagens de troca de ‘nudes’ entre eles, onde o homem enviou a imagem do pênis e pedia fotos dos seus seios da garota.

Logo após o crime, Daiane se entregou em uma delegacia. Na ocasião, ela chegou a ser liberada, mas foi presa no dia seguinte, após a Justiça acatar pedido da Polícia Civil pela prisão temporária.

A mulher estava presa desde então e, agora, a juíza Renata Heloísa da Silva Salles acatou a denúncia do Ministério Público e determinou que a ré fique presa até o julgamento. Conforme a acusação, Daiane planejou a ação com frieza e simulou o início de uma relação sexual, com o marido amarrado, para então cortar o órgão genital com uma navalha.

Depois disso, ela tirou foto do membro decepado e o jogou no vaso sanitário. O MP destacou, ainda, que a mulher não prestou socorro ao marido e ainda escondeu a chave do carro dele, o que dificultou que ele procurasse um hospital.

A defesa de Daiane foi procurada, mas destacou que vai se manifestar apenas nos autos processuais. Já os advogados de Oliveira querem que a mulher responda por tentativa de homicídio e não lesão corporal.

Vítima detalhou agressão

Oliveira recebeu alta médica no dia 24 de dezembro. Ele contou que na noite fatídica tudo foi muito rápido. Ele foi atraído pela esposa para cama com a promessa de uma noite de amor e passou a acariciar seu pênis, mas de repente ele sentiu sua virilha esquentar.

Ele afastou a mulher e acendeu a luz. “Tinha muito sangue e eu perguntava ‘Por que você fez isso?’”, disse ele, que admitiu que traiu a esposa.

Apesar da violência que sofreu, o homem diz que perdoa Daiane. “Desde o ocorrido não falei mais com ela, porque ela foi presa, mas perdoo. Não tenho raiva, não tenho rancor. Espero que Deus abençoe ela e a mim também. Obviamente não voltaria com ela, mas talvez conversaria no futuro”, contou ele, em entrevista ao site G1.

Como a parte arrancada do pênis foi descartada no esgoto, não houve a possibilidade de fazer uma reconstrução do órgão genital. Por isso, Oliveira faz uma campanha para tentar obter recursos para obter uma prótese peniana.