Não subestimem Adriano Galdino

Adriano Galdino é um político que fala o que sente  e isso soa estranho aos ouvidos acostumados a  escutar dissimulações, meias verdades, segundas intenções, a boca geralmente escondendo o que contamina o coração.

Ele é diferente, muito diferente.

Hoje mesmo chamou a imprensa para informar que fora escanteado pelo esquema do Governo e pelo seu próprio partido. Formaram uma chapa sem incluir seu nome como candidato e, pior, sequer o consultaram, ficou sabendo por terceiros.

Fizeram com ele o jogo sujo da política, mas Adriano não sentiu a pancada, ao contrário, aceitou ficar fora do páreo e até admitiu voltar à ribalta política se o presidente Lula, a quem defende com unhas e dentes, pedir para ele ser o candidato do PT ao Governo do Estado.

Alguém disse que Adriano se ofereceu, que isso é pequeno demais para um político da sua dimensão. Aí volto ao começo de nossa conversa: Ele simplesmente abriu o jogo, disse o que sentia, fez diferente daqueles que falam o que não sentem enquanto preparam uma cama de gato para lascar os adversários na próxima curva da estrada.

Quanto a fidelidade a Lula, isso não é segredo. Adriano Galdino está disposto a ir às últimas consequências para garantir um palanque para o presidente. Se o pessoal do PT daqui não lhe dá ouvidos, prefere a sombra e água fresca palaciana, isso são outros quinhentos. Lula certamente vai sentir na pele os efeitos dessa indiferença.

Por outro lado, não se subestime o poder de fogo do presidente da Assembleia. Ele, na condição de dirigente de um poder que faz as leis e fiscaliza atos, pode continuar garantindo a governabilidade do Estado e pode, se quiser, tirar o sono de qualquer governante.

Vamos aguardar.